Francisco Jardim, sócio da SP Ventures, afirmou que o Brasil é o epicentro da inovação agrícola global, já que o agronegócio representa 25% do Produto Interno Bruto (PIB) do País. O especialista participou de um painel da Oiweek, evento realizado pela 100 Open Startups, onde foram mostradas as ações de empresas emergentes e grandes corporações no setor do agronegócio e as novas tendências do segmento.
Segundo Jardim, o crescimento populacional dos próximos 30 anos vai impactar profundamente o consumo de alimentos per capta, e será necessário produzir cerca de 60% a mais de comida. “Isso envolve tecnologia, o surgimento de uma indústria financeira focada em tecnologia, que são as agfintechs, agricultura sustentável e negócios com pegada de carbono limpo”, disse.
“Se incluirmos serviços financeiros para o setor do agro, essa participação sobe para cerca de 30% ou 40%”, disse o especialista, comentando que o Brasil é líder em exportação e top três nas principais commodities agrícolas. “Chegamos nesse ponto com inovação, tecnologia, ciência e empreendedorismo. Nosso agro saiu de ser importador de alimentos para ser um grande exportador em 40 anos”.
Desafio
Para Paulo Arruda, professor da Unicamp, que também participou do evento, esse será o grande desafio do mundo no futuro próximo. “Como vamos produzir isso e eliminar uma série de fatores que deterioram o meio ambiente?”, questionou o acadêmico. “Teremos de produzir em 50 anos o que produzimos nos últimos 10 mil anos. Como fazer isso em um cenário de mudanças climáticas que já vem causando quebra nas safras?”.
Nesse contexto, ele citou como exemplo a quebra na safra do milho no Mato Grosso, que gerou R$ 11 bilhões em perdas. “Será preciso usar menos água, menos energia e menos pesticida. Teremos de aumentar a produtividade em 20% com menos 20% de água, 30% menos fertilizantes e 50% menos defensivos químicos. Há, portanto, oportunidades em genética, manejo sustentável e Internet das Coisas”, disse.
Fonte: Agrolink
Equipe SNA