O Presidente da União Central de Rizicultores, Ademar Leomar Kochenborger, declarou que o arroz agoniza no Rio Grande do Sul. Segundo ele, os custos estão maiores do que as receitas porque no Brasil se paga impostos maiores do os vizinhos de Mercosul, que mandam produtos sem impostos para o País.
Na avaliação do analista da Consultoria Trigo & Farinhas, Luiz Fernando Pacheco, algo semelhante ocorre com o trigo. Os custos são mais elevados do que as receitas, o Mercosul vende sem impostos e, além disso, o frete de cabotagem no Brasil é bem mais elevado do que o frete marítimo argentino.
“Nos últimos sete anos a área plantada de arroz caiu 8,02%, passando de 1.17 milhão de hectares para 1.08 milhão de hectares e a recomendação é diminuir ainda mais para tentar elevar a lucratividade do setor. No caso do trigo, a redução foi maior, de 22,33%, com a área plantada na safra 2011/12 de 900.000 hectares, para 699.000 hectares na safra 2017/18 e a tendência é reduzir ainda mais na próxima temporada”, disse.
Pacheco lembra que, em 1976, o RS chegou a plantar 2.01 milhões de hectares de trigo (quase o triplo da safra atual) e em 2004 foi de 1.124 milhão de hectares (50% a mais): “Como dissemos na semana passada, o trigo no RS sofre de um círculo vicioso: o produtor não investe porque ganha pouco e ganha pouco porque não investe”.
“O mesmo se diga do governo, que não faz o mais importante para um estado, que é construir estradas. Este é um dos segredos do Paraná, embora não o único. Não investe porque não tem dinheiro e não tem dinheiro porque não investe, e agora até deixou de ter capacidade de captação, com suas dívidas enormes. Assim fica difícil. Governo que se preocupa em inchar a máquina administrativa, ao invés de fazer infraestrutura (entenda-se, boas estradas e portos) vira uma Venezuela ou uma Grécia, como já é o caso dos estados do RS, RN, GO, RJ, MS e outros”, disse.
Fonte: Agrolink