Produtores que participaram de reunião da Câmara Setorial da Soja, no último dia 11 de janeiro, em Brasília, expuseram a sua preocupação com os prejuízos decorrentes da instabilidade climática em todas as regiões do País.
Com base nos dados coletados pelas 15 Aprosojas Estaduais, a estimativa da safra 2023/2024 já chega as 135 milhões de toneladas, no máximo, volume bem abaixo do que tem sido divulgado por instituições e empresas públicas e privadas do Brasil e do exterior.
Esses dados levam em consideração o estresse hídrico a que foram submetidos os estados do Centro-Oeste, como Mato Grosso, Goiás e Mato Grosso do Sul, e o excesso de chuvas em áreas desses mesmos estados, dificultando o trabalho de colheita dos grãos e levando prejuízos ainda maiores aos produtores.
Também há relatos contundentes de produtores do Sul do País, principalmente no estado do Paraná, que sofreram com o excesso de chuvas no início do plantio e agora enfrentam a falta da chuva nas áreas em que a soja está na fase reprodutiva, o que compromete a produtividade das lavouras. Em razão de toda essa instabilidade, a Aprosoja Brasil estima um volume ainda mais baixo, caso o clima não se altere.
Segundo os diretores da Aprosoja Brasil, a divulgação no mercado de dados sobre a safra que não condizem com a realidade, tem provocado um movimento de baixa nos preços. Os produtores, além de terem redução de produtividade, têm que lidar com preços incompatíveis com a realidade, trazendo prejuízo aos sojicultores e às regiões produtoras.
“Quando o produtor recebe um valor abaixo do que seu produto realmente vale, e que não cobre o custo de produção, o prejuízo não fica somente com os produtores, mas é compartilhado na forma de redução da atividade econômica nas regiões produtoras, o que significa uma redução dos postos de empregos e oportunidades de investimento. Além de levar produtores em todo o Brasil a deixarem a atividade, diminui a arrecadação dos municípios, do estado e do Governo Federal”, alerta a Aprosoja Brasil.
Diante deste quadro, a entidade recomenda aos produtores extrema cautela e a readequação dos negócios diante desta dura realidade. E aos parceiros comerciais que financiam a safra, a Aprosoja Brasil pede que demonstrem o valor da parceria diante da eventual capacidade dos produtores de honrar todos os compromissos programados.