Apesar da queda registrada hoje, a semana foi positiva para os contratos futuros da soja negociados na Bolsa de Chicago (CBOT). Os principais vencimentos registraram valorizações importantes nos últimos dias, consolidando o patamar de US$ 10,00. Segundo levantamento realizado pelo economista do Notícias Agrícolas, André Lopes, na semana, as valorizações foram de 1,84% a 1,99%.
Hoje, os vencimentos sofreram um movimento de correção e de realização de lucros depois das recentes altas. Com isso, encerraram o dia em baixa de mais de 12 centavos. O novembro/16 fechou cotado a US$ 10,01 ¼, enquanto o janeiro/17 fechou a US$ 10,12. O maio/17 fechou cotado a US$ 10,24 o bushel.
Segundo o consultor Ênio Fernandes, a demanda aquecida continua a dar suporte aos preços da soja na CBOT. “É preciso considerar que os produtores americanos estão finalizando a colheita de uma grande safra e os preços continuam sustentados acima de US$ 10,00, demonstrando a força da demanda”, disse.
Ainda segundo o consultor, o foco do mercado, a partir de agora, deve ser a safra da América do Sul. No Brasil, a estimativa das consultorias privadas é que mais de 28% da área já tenha sido cultivada até o momento. “Precisamos de uma safra cheia na América do Sul. Se tivermos uma quebra próxima de 6% nessa produção veremos o mercado mais nervoso”, disse Fernandes.
Mercado brasileiro
No mercado doméstico, os preços da soja registraram leve alta ao longo dessa semana, ainda segundo levantamento do Notícias Agrícolas. No Oeste da Bahia, a saca subiu 3,46%, cotada a R$ 67,25. Na região de Não-me-toque (RS), a valorização foi de 2,31%, com a saca cotada a R$ 66,50. Ainda no RS, em Panambi, a saca fechou a semana cotada a R$ 67,50, em alta de 2,27%.
Em Sorriso (MT), a saca subiu 1,41%, cotada a R$ 72,00. No Paraná, nas praças de Ubiratã, Londrina e Cascavel, a alta foi de 1,52%, com a saca cotada a R$ 67,00. Em Tangará da Serra e Campo Novo do Parecis, ambas em Mato Grosso, a alta foi de 1,43%, com a saca cotada a R$ 71,00. Em Avaré (SP), a alta foi de 0,69%, com a saca cotada a R$ 71,32. Apenas em São Gabriel do Oeste (MS), a saca caiu 1,43%, cotada a R$ 69,00.
Nos portos brasileiros, os preços registraram um comportamento misto ao longo da semana. No Porto de Rio Grande, a saca subiu 4,73% no mercado disponível, cotada a R$ 77,50. Já no mercado futuro a saca foi cotada a R$ 79,00, em alta de 1,94%. Em Paranaguá, a saca no mercado disponível foi cotada a R$ 78,00, em alta de 0,65%. A saca no mercado futuro caiu 0,64%, cotada a R$ 78,00. No terminal de Santos, a saca foi cotada a R$ 77,50, em queda de 1,65%. Já em Imbituba (SC), a valorização foi de 1,95%, com a saca cotada a R$ 78,50.
“Nesse momento, o dólar mais baixo não estimula a realização de novos negócios. E também é preciso destacar que, nós já temos 25% da safra de soja negociada antecipadamente no País e, nesse instante, os produtores estão focados no plantio. Em Mato Grosso, o percentual de comercialização está próximo de 40% e em Goiás, o é de 30%”, disse Fernandes.
Dólar
O dólar fechou em alta de 1,3%, cotado a R$ 3,1965 para a venda. Na semana, o dólar subiu 1,14%.
No Brasil, milho recua até 6% na semana com a queda de braço entre compradores e vendedores
Em grande parte das praças pesquisadas pelo Notícias Agrícolas, a semana foi negativa para os preços do milho. Em Londrina (PR), a saca cedeu 6,06%, cotada a R$ 31,00. Na região de São Gabriel do Oeste (MS), a saca também caiu 6,06%, cotada a R$ 31,00. Em Ubiratã e Cascavel, ainda no estado paranaense, a queda foi de 4,62%, com a saca cotada a R$ 31,00.
Em Mato Grosso, nas praças de Tangará da Serra e Campo Novo do Parecis, a saca caiu 3,57%, cotada a R$ 27,00. Na região de Não-me-toque (RS), o recuo ficou em 2,56%, com a saca cotada a R$ 38,00. No Oeste da Bahia, a queda foi de 1,15%, com a saca cotada a R$ 43,00. Em Avaré (SP), a alta foi de 2,15%, com a saca cotada a R$ 35,66.
No Porto de Paranaguá, a alta foi de 3,13%, com a saca cotada a R$ 33,00.
“Temos no mercado interno do milho uma queda de braços entre compradores e vendedores. Quando as cotações recuam, os produtores somem e quando os preços sobem, os compradores se retraem. Com isso, temos visto ligeiras movimentações para cima e para baixo, entre R$ 1,00 a R$ 3,00 a saca”, disse o consultor em agronegócio, Ênio Fernandes.
Ainda assim, o especialista pondera que, o quadro entre a oferta e a demanda permanece justo. E, os estoques de passagem estão próximos de 5 milhões de toneladas, segundo os números oficiais. “Ainda sou otimista com mercado de milho, especialmente para os meses de janeiro e fevereiro, já que a safra de verão só deve chegar ao mercado a partir do mês de março”, disse Fernandes.
Ainda segundo o consultor, é preciso acompanhar o desenvolvimento da safra de verão. “Se tivermos problemas com o La Niña, com menor volume de chuvas no Sul do País, e uma possível quebra na produção teremos um mercado mais nervoso. Só deveremos ter um equilíbrio maior com a chegada da safrinha”, disse.
Bolsa de Chicago
Na Bolsa de Chicago (CBOT), os contratos futuros do milho fecharam a semana em leve alta entre 0,28% e 0,71%. Hoje, os principais vencimentos fecharam em baixa de 2,50 e 3,00 centavos. O vencimento dezembro/16 fechou cotado a US$ 3,55, enquanto o março/17 fechou a US$ 3,63 ¼ o bushel.
“O mercado tem sido direcionado por outras commodities, como a soja. No caso do milho, temos uma grande oferta nos EUA e a demanda está firme, mas ainda não é excelente”, disse Fernandes.
“O milho seguiu a soja em grande parte do dia, pois faltaram notícias da demanda. A previsão para o final de semana é de clima firme, o que deve permitir um avanço nos trabalhos nos campos. E os agricultores continuam a relatar grandes rendimentos”, disse Bob Burgdorfer, editor e analista de mercado do portal Farm Futures.
Fonte: Valor Econômico