A China mantém um estoque de quase 12 milhões de toneladas de algodão, volume que tem crescido ano a ano. Já o estoque mundial alcançou 21.8 milhões de toneladas em 2014/2015, e, segundo José Sette, diretor-executivo do ICAC (International Cotton Advisory Committee), composto de 34 países, e sediado em Washington (EUA), a expectativa é de 20.4 milhões de toneladas para a safra 2015/2016. Sette lembra que há cinco anos os estoques mundiais totalizavam 8 milhões de toneladas.
Esses grandes volumes são prejudiciais para a cotonicultura, disse Sette durante o 10º Congresso Brasileiro de Algodão, que está sendo realizado em Foz do Iguaçu, no Paraná. Enquanto a China, principalmente, não desovar os seus estoques, a tendência é de os preços ficarem deprimidos. “Mas não há previsão nenhuma de quanto isso irá ocorrer. A volatilidade continuará”, afirma.
Sette adianta alguns números: a previsão do ICAC para a safra mundial de algodão de 2015/2016 é de 23.7 milhões de toneladas. Deve ficar abaixo, portanto, dos 26.2 milhões de toneladas da safra 2014/2015. Do total, 88% são produzidos no Hemisfério Norte. Os maiores produtores mundiais são a China e a Índia, com 25% cada um. O Brasil é o quinto maior produtor, com 6%, segundo Sette.
“A produtividade do algodão no mundo mais que dobrou por conta do uso de fertilizantes, inseticidas e agora de biotecnologia. Foi de 300 quilos por hectare na década de 1960 para os atuais 780 quilos”, disse Sette.
Apesar de possuir os estoques mais elevados de algodão, é a China o maior consumidor de todo o mundo. O país asiático também é o que mais importa, pois precisa de algodão de alta qualidade. As exportações globais foram de pouco mais de 7.5 milhões de toneladas na safra 2014/2015.
José Sette deixa um aviso para os próximos anos: a queda nos preços do petróleo aumenta a competição das fibras sintéticas com o algodão
Fonte: Globo Rural