Agro.Club fatura R$ 150 milhões em sete meses de operação no Brasil

A trading norte-americana Agro.Club, que utiliza algoritmos para conectar produtores de grãos à indústria, atingiu R$ 150 milhões em receita em sete meses de operação no País. O CEO Pedro Salles disse que o forte ritmo de crescimento surpreendeu, mesmo que a empresa já soubesse do tamanho do mercado brasileiro.

“Fizemos, basicamente, o que demoramos mais de três anos para atingir na Europa”, disse o executivo. Ele estima que o negócio deve continuar a crescer rapidamente e destaca que apenas no mês de maio as vendas chegaram a R$ 52 milhões.

Adaptação de ferramentas

Uma das principais preocupações da empresa era adaptar sua ferramenta ao contexto brasileiro, considerando a complexidade do sistema tributário do País, onde existem diferentes condições para negócios dentro dos Estados, entre unidades da federação e para exportação.

“Mas o ponto positivo é que o produtor se mostrou muito parecido [na adoção de tecnologias] em qualquer lugar”, avalia, destacando que a base de clientes no Brasil chegou a 13.000. Contabilizando a operação na Europa, a empresa negocia com 40.000 agricultores.

Intermediário

O Agro.Club atua como intermediário entre agricultores e empresas de esmagamento, fábricas de ração e exportadores. Seu diferencial é um algoritmo que calcula as melhores combinações entre origem e destino de grãos, considerando o menor custo.

A tecnologia é alimentada com propostas de compra e venda captadas pela equipe comercial da empresa. A plataforma automatiza cálculos logísticos e tributários e pode, inclusive, combinar lotes de diferentes produtores para atender uma demanda, reduzindo o tempo de espera dos compradores.

“Muitas vezes o produtor acaba tendo acesso a uma negociação que estava fora do radar dele”, disse. No entanto, a facilidade não significa descuido no processo. Segundo ele, a plataforma também realiza avaliações de crédito e socioambientais dos fornecedores.

Garantia de liquidez

Depois de assinar contratos casados, a empresa paga ao produtor e executa a logística para a entrega. Segundo o gerente do Agro.Club, a escolha de fornecer a compradores com negócios sólidos, mesmo que de pequeno ou médio porte, garante liquidez ao negócio com pagamentos dentro do prazo.

Para se aproximar dos produtores, a empresa planeja abrir escritórios regionais na Bahia, Goiás, Mato Grosso, Minas Gerais, Paraná, Rio Grande do Sul e Tocantins até o começo de 2024. O primeiro será inaugurado no município de Rondonópolis (MT).

O bom desempenho da operação brasileira levará o Agro.Club a buscar espaço no tradicional mercado norte-americano nos próximos meses, que não foi o ponto de partida por já ser bastante eficiente em logística, segundo Pedro Salles. Outros países da América do Sul também são estão na mira da empresa.

Fonte: Valor
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