A redução de subsídios destinados a programas de garantia de preços agrícolas, da ordem de R$ 1,1 bilhão, anunciada pelo governo federal no último dia 14, não afetará o crédito rural, disse hoje (16), no Rio de Janeiro, o secretário-executivo do Fórum das Entidades Representativas do Agronegócio Brasileiro, ligado ao Ministério da Agricultura, Antonio Alvarenga. Ele é, também, presidente da Sociedade Nacional de Agricultura (SNA).
Segundo Alvarenga, o corte nos subsídios para garantia de preços agrícolas impacta na segurança do produtor, “mas não impacta no crédito rural”. O que pode acontecer, disse Alvarenga, é o produtor ficar mais inseguro e buscar menos crédito rural. “Mas eu acho que isso não é um fator muito relevante na decisão de plantio”.
O grande impacto das medidas na agricultura, como nos demais setores econômicos, como um todo, virá da nova Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF), disse. “É um impacto que abrange todo mundo. Não escapam nem os informais”.
O presidente da SNA defendeu a redução de ministérios, para evitar a sobreposição de tarefas. Citou o Ministério da Pesca, que, na opinião dele, deveria ser incorporado ao Ministério da Agricultura, bem como a parte de fomento do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), ficando outra parte associada ao Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome.
“Enquanto os produtores familiares ficarem no MDA, eles vão ser tratados com políticas assistencialistas, o que acaba prejudicando o próprio desenvolvimento deles. O agricultor familiar tem que estar no mercado, tem que receber crédito, suporte, capacitação, para se tornar um médio produtor”.
O Fórum das Entidades Representativas do Agronegócio Brasileiro foi criado pela ministra da Agricultura, Kátia Abreu, com o objetivo de ouvir os diversos setores produtivos, estabelecendo um canal de comunicação, apoio e sugestões direto com o ministério. Alvarenga destacou que no atual momento econômico, a agricultura é um dos poucos setores que estão mostrando uma agenda positiva. A perspectiva para 2015 e 2016 depende em boa parte do mercado externo. “Eu vejo relativamente bem”, disse.
Fontes: Agência Brasil e Canal Rural