Brasil e China estão em negociações para ampliar o comércio de milho entre os dois países, embora seja inviável aumentar neste momento as exportações para o país asiático, devido à oferta reduzida no período da entressafra, informou a Associação Brasileira dos Produtores de Milho (Abramilho).
Apenas uma fração das exportações de milho do Brasil, o equivalente a 68.550 toneladas, teve a China como destino no ano passado, segundo dados do governo. No período, as exportações totais do cereal foram de 42.7 milhões de toneladas. A título de comparação, a China adquiriu quase 80% da soja brasileira, ou 58 milhões de toneladas, no ano passado.
Na última terça-feira, a Bloomberg noticiou que o Brasil se aproximava de um acordo que permitiria ao país aumentar as vendas do cereal para a China, que depende dele para alimentar seu crescente rebanho de suínos.
“Há cerca de dois meses, representantes de Abramilho participaram de uma reunião com importadores e autoridades chinesas para discutir o comércio de milho”, disse Cesário Ramalho, presidente da associação.
Na ocasião, o Ministério da Agricultura informou aos representantes chineses que se empenharia em tomar medidas que permitiriam ao Brasil aumentar as exportações de milho para a China.
“Não precisamos sair correndo para vender, não temos milho para vender”, afirmou Ramalho. “O pessoal fica louco que a China quer comprar, mas graças a Deus, no milho, os clientes são múltiplos. Tem o Japão, o Irã, União Europeia, tem muito comprador de milho”.
O Ministério da Agricultura não respondeu de imediato a um pedido por comentários. A Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec) preferiu não comentar.
A Abramilho indicou que as medidas para facilitar o comércio do cereal com a China seriam de implementação relativamente simples, explicando que os chineses estão preocupados com um certo tipo de erva daninha, que poderia ser eliminada por meio do uso de herbicidas.
O Brasil planta duas grandes safras de milho por ano e deve colher um total de mais de 102 milhões de toneladas nesta temporada, segundo estimativas do governo. A maior parte da produção fica disponível a partir do meio do ano, quando os agricultores colhem a segunda safra.
Reuters