Embrapa desenvolve programa que avalia problemas de pragas e falta de nutrientes nas lavouras

O pesquisador Lúcio de Castro Jorge testa os sensores em lavoura de milho na Embrapa São Carlos. Foto: divulgação/Embrapa
O pesquisador Lúcio de Castro Jorge testa os sensores em lavoura de milho na Embrapa São Carlos. Foto: divulgação/Embrapa

 

Uma nova versão de um programa de computador vai ajudar muito os agricultores de todo o país num dos pontos cruciais para o bom desempenho das lavouras e, consequentemente, gerar o aumento da produtividade. O software foi desenvolvido pela Embrapa São Carlos, em São Paulo, para avaliar detalhadamente a plantação e descobrir vários tipos de problemas, como falta de nutrientes ou presença de pragas, a partir de fotos de raízes e das folhas.

O programa foi criado no laboratório de agricultura de precisão. Os pesquisadores explicam que o agricultor deve primeiro fazer um buraco pra encontrar a raiz. A profundidade varia entre um metro e um metro e meio. “Temos que fazer a foto na sombra, porque isso padroniza o contraste que a imagem vai ter”, explicou o pesquisador da Embrapa Lúcio de Castro Jorge.

O processo exige que a terra seja separada da raiz e pintada. Um esmalte sintético marca a parte da planta que vai ser fotografada e uma moldura de madeira com barbantes ajuda a delimitar a área.

Com relação ao teste para mapear as folhas, Jorge esclarece que “nós podemos usar um scanner portátil de campo. Você coloca a folha, fecha a folha e aperta o botão. Quem não tiver o aparelho pode usar a máquina digital, mas é preciso usar uma superfície plana, uma bandeja, por exemplo, para evitar que se veja o fundo do solo”, explicou Jorge.

Segundo o coordenador do laboratório de agricultura de precisão, Ricardo Inamatsu, “o novo software faz a análise do material no laboratório e gera um relatório. Em menos de um minuto está tudo pronto”.

Benefícios

Inamtsu cita o exemplo do agricultor Virgílio Cintra, de Ribeirão Bonito (SP), que cultiva 2 mil pés de banana em uma área de 10 hectares.  Em 2013, parte da plantação foi atacada pela broca, praga que deixa as folhas amareladas e depois secam. Os frutos também ficam comprometidos. “O coração não estava sadio e a banana atrofiou”, explicou.

A perda foi grande. Cintra conta que “a casca eu consegui salvar, ficaram os menores, mas 20% perderam totalmente. Se tivesse diagnosticado pela raiz o problema antes de plantar, não teria perdido”, lamentou.

Segundo Ricardo Inamtsu, o agricultor aprendeu sobre o software e os procedimentos da Embrapa e acredita que no próximo ano a produção deve dobrar com o uso da tecnologia. “Com a especificação que pretendemos gerar, a bananeira vai poder ter um relatório customizado a partir desta versão. Isso vai ficar pronto no próximo mês de fevereiro”, disse o pesquisador da Embrapa.

Por Equipe SNA/SP

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