O mercado brasileiro de hortaliças está em franca expansão e continua a atrair multinacionais para o país. De acordo com informações publicadas esta semana na Folha de S. Paulo, atualmente são quase 20 empresas instaladas. Na década de 90, eram somente duas.
Segundo o vice-presidente da Sociedade Nacional de Agricultura Joel Naegele, esta expansão “pode ser creditada, em primeiro lugar, ao crescimento da população e ainda à noção, cada vez mais acentuada, de um maior número de informações que indicam a excelência das hortaliças, legumes e frutas para saúde”. Joel lembra ainda que “são alimentos ricos em nutrientes e que podem ser adquiridos a preços baixos”.
Para o vice-presidente da SNA, todos esses fatores, aliados à “notável evolução da cadeia produtiva – desde a indústria de sementes, que cresce 10% ao ano, com bom faturamento, à utilização de maquinário, defensivos, etc.” – favorecem a tendência de incremento do consumo, “ainda mais considerando o aumento da renda ocorrido nos últimos tempos”.
Do ponto de vista geográfico, Joel acredita que Minas Gerais, São Paulo e outros estados do Sul do país poderão fazer parte do processo de crescimento da produção. “Certamente, se isso se concretizar, não irá faltar interesse das multinacionais, sempre atentas às oportunidades de faturar”.
Entraves no Rio
No caso do estado do Rio, o vice-presidente considera que já existe uma boa produção de hortaliças, especialmente na região serrana, mas observa que ainda há muitas áreas a serem exploradas. “Mesmo assim, pode-se dizer que o Rio de Janeiro, com certeza, irá contribuir muito para o aumento da produção desses preciosos alimentos”, sinaliza.
No entanto, Joel critica o descaso do governo e a falta de união dos produtores no estado. “As ações de governo neste setor são sempre lentas e descuidadas. Também falta organização entre os próprios produtores, que deveriam constituir cooperativas para organizar a produção e desempenhar um papel importante no recebimento, beneficiamento e distribuição para os mercados, tanto interno quanto externo”.
Qualidade
Se, por um lado, o crescimento é visível, especialistas do agro afirmam que há uma carência por parte do Brasil – ao contrário dos países desenvolvidos – de manter um padrão constante de oferta e de qualidade ao consumidor.
Já em relação ao mercado externo, o vice-presidente da SNA acredita ainda no potencial do país em produzir com valor agregado. “É possível, sim, que o Brasil venha a ser um importante exportador, agregando valor aos produtos, enriquecendo sua pauta de exportações e garantindo aos produtores um considerável aumento de sua renda”.
Por Equipe SNA/RJ