Diretor da SNA, Paulo Protásio: ‘Projeto Centro-Oeste Competitivo’ pode ser apenas mais um

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“Projeto Centro-Oeste Competitivo” da CNI, aponta que serão necessários R$ 36,4 bilhões em investimentos até 2020 na região, principalmente em infraestrutura

 

A região Centro-Oeste responde por quase 50% da produção de grãos do país e, por este motivo, tem sido foco de estudos que preveem a necessidade de melhorar, urgente e principalmente, a logística para escoamento da safra nos próximos anos. O “Projeto Centro-Oeste Competitivo”, divulgado recentemente pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), aponta que serão necessários R$ 36,4 bilhões em investimentos até 2020, quantia prevista para executar 106 projetos importantes que visam ampliar e modernizar a infraestrutura de transportes do Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.

De acordo com o projeto da CNI, somente 19 obras prioritárias estão em andamento, pouco mais de 16% do valor total necessário para a região. Após a conclusão das 106, serão formados dez eixos logísticos integrados, cada um composto por dois ou mais modais de transporte complementares que possam assegurar o escoamento eficaz da produção, desde o campo até seu embarque nos portos brasileiros.

Segundo o estudo, indústria, agricultura e atividades extrativas que envolvem o segmento produtivo do Centro-Oeste gastam R$ 31,6 bilhões com o transporte de cargas por ano. A quantia consome 8,7% do Produto Interno Bruto (PIB) da região. Com as 106 obras prioritárias previstas a economia pode chegar a R$ 7,2 bilhões anualmente, levando em conta o volume de cargas projetado para daqui seis anos.

Na opinião do diretor da Sociedade Nacional da Agricultura Paulo Protásio, se o histórico do passado servir de base, o “Projeto Centro-Oeste Competitivo” pode ser apenas mais um. “A pressão do crescimento econômico do Brasil leva a este compromisso (de formalizar estudos), porém é importante citar que 60% dos investimentos em logística do país vêm do governo e o restante do setor privado. É preciso inverter essa mão: o setor privado não pode ficar esperando apenas pelas decisões e ações do poder público”, ressalta. “A falta de interesse para investir está clara quando se vê que grande parte dos projetos de investimentos em logística e infraestrutura do governo federal não tem obtido demanda por parte das empresas”, afirma o diretor da SNA se referindo ao desinteresse das empresas pelos leilões das rodovias brasileiras.

 

OBSERVATÓRIO

Palestrante do 14º Congresso de Agribusiness da SNA, que acontece nos dias 7 e 8 de novembro, na Confederação Nacional do Comércio (CNC), no centro do Rio de Janeiro, Protásio adianta que durante o evento será apresentado o “Observatório Nacional de Transporte e Logística”. “Ele vai ajudar na relação do setor do agronegócio com o governo e será capaz de perceber os percalços, as soluções necessárias para minimizar os problemas de logística.”

No entendimento dele, o “Projeto Centro-Oeste Competitivo” da CNI é importante, mas de nada adiantará se o segmento não admitir que as soluções devem vir de baixo para cima. “É necessário que as propostas sejam regionalizadas, com cada localidade apontando suas demandas, em um regime que complemente com a outra. Se esperar pelo governo, não há possibilidade de o Brasil crescer assim”, sentencia Protásio.

 

Por equipe SNA/RJ

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