O ministro da Agricultura, Blairo Maggi, afirmou que a ampliação da malha ferroviária em Mato Grosso, inclusive com uma ligação que passa por Cuiabá, poderá trazer indústrias para a Capital.
O projeto foi elaborado pelos professores Luiz Miguel de Miranda, da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), Sílvio Tupinambá, da Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat) e também por Carlos Antônio Garcia.
A intenção dos professores que criaram a proposta das duas ligações ferroviárias, uma ligando o município de Alto Araguai a Uberlândia (MG) e outra ligando Rondonópolis a Cuiabá e Sinop, é de ir além do transporte das safras e criar um polo industrial no Estado. Um seminário acontece nesta segunda-feira (6/8) na Assembleia Legislativa para discutir este tópico.
O intuito é que o Governo Federal abra para a licitação dois projetos de interesse para Mato Grosso, a ligação ferroviária de Rondonópolis /Cuiabá/Sinop (EF-262), ligando o Estado de norte a sul e a Ferrogrão que em breve será licitada.
A outra proposição da Proposta de Manifestação de Interesse (PMI) é ligar Alto Araguaia, em Mato Grosso, a Uberlândia, em Minas Gerais. Este trecho conecta com a Ferrovia Norte Sul em Rio Verde, em Goiás, e com a Ferrovia Centro Atlântica, em Uberlândia.
Para discutir este tema, acontece hoje (6/8) na Assembleia Legislativa o I Seminário de Transporte Multimodal de Mato Grosso. O evento contou com a presença de políticos como os deputados Wilson Santos (PSDB) e o presidente da ALMT, Eduardo Botelho (DEM), além de estudantes, pesquisadores, do reitor em exercício da UFMT, o professor Evandro Soares e do presidente da Federação das Indústrias do Estado de Mato Grosso (FIEMT), Jandir Milan, e também o ministro Blairo Maggi.
Maggi disse que esta discussão é de extrema importância para o Estado, já que apresenta as alternativas para o transporte da safra com um custo menor que o do transporte rodoviário.
Nós somos um estado no centro geodésico da América do Sul, e isso quer dizer que a gente está meio longe de tudo. E uma das formas mais baratas de transportar grandes volumes é pelo trem. Então a discussão e a proposição de aumentar a malha ferroviária vêm nessa direção de dar competitividade ao setor, e é bastante importante, a gente gasta muitos recursos no transporte por caminhões. Na medida em que nós pudermos diminuir isto com os trens, ficarão mais recursos nas mãos dos produtores que moram em Mato Grosso e investem em Mato Grosso, portanto melhoram a economia do Estado.
Segundo o ministro se buscará modelos diferentes de financiamento para a construção destas ferrovias, que ficará a cargo da União.
A intenção dos criadores do projeto vai para além do transporte das safras de Mato Grosso. Segundo o professor Luiz Miguel de Miranda, o intuito é também transformar a região do Distrito Industrial em Cuiabá em um polo de indústrias. O ministro Maggi afirma que com a infraestrutura necessária, e com a vinda da ferrovia, isto é uma possibilidade.
“À medida que você traz a infraestrutura para o Estado, você possibilita a industrialização, ninguém vem e coloca uma fábrica esperando que ela vá chegar no futuro. Depois que chegou aqui ele vai fazer as contas e certamente poderá muita coisa acontecer aqui”, disse o ministro.
Fonte: Olhar Agro & Negócios