Se até algum tempo atrás a palavra “roça” era antônimo de “moderno” e remetia ao caipirismo e ao que há de mais distante do desenvolvimento, isto é coisa do passado. A tecnologia chegou ao campo e o processo de produção ganha aliados de peso, como satélites, internet e alguns dos mais atuais programas de computador.
Quem comparecer ao SafraTec, no Paraná, evento que a cooperativa Cocamar promove amanhã e quinta-feira no seu campo experimental em Floresta, poderá, por exemplo, acompanhar uma palestra sobre revolução tecnológica proferida por um robô.
O robô palestrante deverá falar sobre algumas novidades tecnológicas e, principalmente, sobre uma plataforma que nasceu em Maringá e poderá ganhar o mundo.
Em apenas três meses após o lançamento da plataforma voltada para auxiliar agricultores e pecuaristas, um grupo de jovens desenvolvedores de Maringá já conseguiu processar mais de mil documentos, gerando dados como índice de vegetação, mapas de variabilidade, de anomalias, zonas de manejo, mapas de plantio e de colheita, ortophotos aéreas, além de fornecer outros recursos para a chamada agricultura de precisão e agricultura digital.
“A plataforma FarmGO foi criada após uma ampla pesquisa para sabermos o quê exatamente o produtor rural precisa”, diz o CEO da FarmGO, Ricardo Matiello, um administrador de empresas que também desenvolve na área de tecnologia da informação (TI).
A equipe capitaneada por Matiello tem desenvolvedores na sede da startup, em Maringá, e na região de Cascavel e Toledo, justamente nas principais áreas de produção agrícola do Paraná.
Segundo o diretor, a plataforma lançada há três meses é resultado de três anos de trabalho, com informações colhidas junto a engenheiros agrônomos, técnicos de campo e aos mais respeitados institutos de pesquisas agropecuárias, entre eles o Instituto Agronômico do Paraná (Iapar).
“Em todo o mundo há muita gente trabalhando para desenvolver programas que ajudem o homem do campo, e nós conseguimos estar entre os primeiros e com uma plataforma cujos resultados já estão sendo comprovados”, explica.
O passo seguinte será apresentar a tecnologia em todo o país, aproveitando os principais eventos da área, como as feiras agropecuárias, dias de campo e feiras de tecnologia. Levar a FarmGO para outros países com vocação agrícola também está nos planos da equipe.
Um dos primeiros eventos em que a plataforma FarmGO será apresentada será o SafraTec. No momento, a equipe está fazendo o monitoramento e coleta de dados na reta final da safra de soja, com estudos e ensaios inéditos no que se refere a correlacionar dados coletados por drones com deficiências nutricionais do solo.
“Enquanto alguns falam sobre IoT e BigData, nós já estamos passos à frente, construindo a IoT 2.0, o BigDataTime, entre outras frentes que muitos falam ser a tecnologia do futuro. Mas o futuro já chegou”, afirma Matiello.
Fonte: O Diário de Maringá