Crise: tradings demitem e estão deixando mercados agrícolas

O preço baixo das commodities e a volatilidade estão forçando as maiores tradings do mercado internacionais a apertarem o cinto ou mesmo deixar alguns mercados agrícolas. A chinesa Cofco, por exemplo, trocou todo o comando de sua unidade agrícola e demitiu dezenas de executivos. A maioria deles está sendo obrigado a aposentar-se por falta de opções no mercado ou mesmo mudar de ramo.

“O mercado mudou. Os resultados não são o que já foram. Isso está forçando as empresas a cortar custos e fazer poupança. Há muita pressão e nem todo mundo pode se manter”, disse Miroslaw Marciniak, da consultoria InfoGrain e ex-trader de grãos, em entrevista.

Ao menos 40 gerentes seniores e executivos deixaram seus cargos na Archer Daniels Midland e na Louis Dreyfus neste ano. Na maioria dos casos, eles não serão substituídos e em outros foram trocados por executivos mais baratos. “A agricultura é hoje responsável por metade das mudanças nos postos de trabalho em commodities comparando com outros setores como metais, petróleo, gás ou energia”, segundo o recrutador Commodity Appointments Ltd.

A indústria dominada pelas empresas ABCD (ADM, Bunge, Cargill e Dreyfus) está sendo forçada não somente a demitir, mas vender ativos, comercializar produtos de nichos ou processados e alguns casos até investir em frigoríficos. A ADM, por exemplo, deixou o mercado de açúcar. A Bunge já contabilizou mais de US$ 250 milhões em cortes, sendo que a Dreyfus e a Cargill fizeram talvez a maior venda de ativos da história.

“Nós entramos em tempos muito difíceis nas commodities, principalmente mais para traders de grãos do que para energia ou metais. Nós estamos em um mercado muito chato agora. O momento de expansão está muito limitado”, disse Philippe Chalmin, professor de economia da Universidade de Paris-Dauphine.

 

Fonte: Agrolink

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