Na abertura do Salão Internacional de Avicultura e Suinocultura (SIAVS 2017), promovido pela Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), em São Paulo, capital, de 29 a 31 de agosto, o ministro Blairo Maggi (da Agricultura, Pecuária e Abastecimento) destacou a importância de o País agregar valor às carnes brasileiras para trabalhar o varejo internacional.
“O Brasil é um país invisível nos supermercados de outros países porque ainda vende muito no atacado e não no varejo”, disse. Em sua opinião, há muito a ser feito, em relação à participação brasileira no mercado externo, que ainda é pequena no varejo de outros países, onde se tem um contato direto com o consumidor. “Nosso próximo passo é agregar valor e buscar o contato direto com os consumidores mundo, ou seja, temos que chegar aos supermercados.”
O SIAVS reuniu todos os players da cadeia produtiva de aves e suínos para promover um amplo debate sobre esses dois setores. Mais de 15 mil visitantes de 51 países, entre produtores, executivos de empresas, pesquisadores e autoridades prestigiaram o evento. “Além de difundir o conhecimento e fomentar negócios, buscamos alternativas para superar as dificuldades enfrentadas pelo setor de aves e suínos desde o ano passado”, disse Francisco Turra, presidente-executivo da ABPA.
CARNE FRACA
Em seu discurso, o ministro Blairo Maggi afirmou que a operação Carne Fraca, da Polícia Federal, deflagrada em 17 de abril deste ano, colocou a produção brasileira em xeque, ao investigar um suposto esquema que permitia que alimentos adulterados fossem comercializados sem serem fiscalizados.
“Trabalhamos muito para o Brasil não perder os mercados e tivemos uma solução prática e eficiente”, salientou. “Desde a operação Carne Fraca, o governo está fazendo um rearranjo dentro do sistema e melhorando o que já era bom em termos de sanidade e de fiscalização”, garantiu Maggi.
De acordo com o ministro, o Mapa quer criar facilidades para os produtores aumentarem as exportações. “As exigências para o mercado brasileiro estão aumentando e queremos estar no mesmo parâmetro de outros países”, ressaltou. “Não queremos ser olhados de forma diferente pelos países que compram os nossos produtos.”
Por sua vez, Turra, destacou a importância do mercado externo para dar estabilidade e garantir o escoamento da produção brasileira. Também mencionou o valor das alianças internacionais para a manutenção da imagem do Brasil. “No episódio Carne Fraca, por exemplo, a Rússia foi o primeiro país a demonstrar confiança no nosso processo produtivo.”
PROTECIONISMO
Em sua palestra de abertura, o diretor da Organização Mundial de Comércio (OMC), Roberto Azevêdo, citou as barreiras não tarifárias como o maior empecilho às exportações brasileiras de carne suína e de aves.
“Evitar protecionismos impostos é uma das principais preocupações”, disse ele. “É difícil para o exportador atender a todos os requisitos dos grandes mercados consumidores, que vão além da qualidade do alimento, e inclui embalagem e rotulagem, por exemplo”.
O presidente da Apex-Brasil, Roberto Jaguaribe, também criticou o protecionismo que muitas vezes aparece sob a forma de barreira sanitária.
“A indústria brasileira tem algumas limitações no exterior, e uma delas continua sendo a imposição de medidas protecionistas”, destacou. “Estamos em um momento de enfrentamento de questões de perplexidade, mas o Brasil vem se posicionando de forma clara e com um pouco mais de agressividade profissional.”
Por Equipe SNA/SP