Frango vivo: dificuldade na demanda pressiona cotações

As cotações do frango vivo apresentaram pouca movimentação nesta semana apesar da forte tendência baixista. Segundo pesquisadores do CEPEA, a demanda enfraquecida segue sendo o principal fator de pressão sobre as cotações internas.

Para o presidente da APA (Associação Paulista de Avicultura), Érico Pozzer, o cenário reflete além do baixo desempenho das vendas no mercado interno e exportações, mas também o aumento de 8% a 10% no alojamento de pintos.

No mercado paulista, os produtores chegaram a comercializar, em novembro, a ave inteira a R$ 4,50/kg. Atualmente a cotação é de R$ 3,70/kg.

Em entrevista ao Notícias Agrícolas, Pozzer destacou que “o problema principal é que a cadeia avícola do País são estruturas feitas para crescer. Então como ocorreu uma redução de alojamento em 2016, em torno de 8%, houve esse reajuste, pois essas estruturas carecem de volume, escalas”, disse Pozzer.

Aliado a isso, o setor vive um momento de demanda fragilizada no mercado interno e exportações abaixo da expectativa neste início de ano. Também há, neste momento, uma liquidação de aves natalinas que colabora com a pressão nas cotações do vivo.

“As festividades de natal e ano novo apresentaram volume de vendas fracas para todos os abatedouros, e agora em janeiro a população está descapitalizada, reduzindo o consumo”, disse o presidente.

O levantamento de preço realizado pelo economista do Notícias Agrícolas, André Lopes, apontou ligeira alta apenas na praça mineira. Nesta semana a cotação subiu 1,89% terminando cotado a R$ 2,70/kg. Nas demais praças o cenário foi de estabilidade.

 

Quanto à carne, no atacado do Estado de São Paulo, o preço do frango inteiro congelado caiu 1,9% em sete dias, passando para a média de R$ 3,84/kg.

Mas, o setor aposta na recuperação da demanda externa e no enfraquecimento dos custos de produção para retomar as margens neste ano.

Países exportadores estão enfrentando dificuldades de comercialização por conta da Influenza Aviária. “Algumas indústrias já relatam aumento de consultas para determinados produtos nos últimos dias”, disse Pozzer.

Além das exportações, o setor espera um arrefecimento nos custos de produção, especialmente pela redução nas cotações do milho, que no ano passado foi o grande vilão da cadeia de granjeiros.

“Chegamos a pagar pela saca R$ 50,00 e hoje conseguimos adquirir o cereal a R$ 32,00 na região de Campinas (SP)”, disse Pozzer. Segundo ele, no período da safra – caso as projeções de super safra se confirmem – a saca do milho poderá ficar abaixo dos R$ 30,00.

Exportações

 

Dados divulgados pelo Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, na segunda-feira (23), mostraram que até a terceira semana de janeiro (cinco dias úteis) os embarques de carne de frango ‘in natura’ registraram queda na comparação com o mês e ano anterior.

No acumulado do período foram embarcadas 200.000 toneladas, sendo a média diária de 13.400 toneladas. Esse resultado representa um recuo de 10% na comparação com dezembro/16 e de 6,6% na relação com o igual período de ano passado.

Em receita o saldo parcial é de US$ 319.4 milhões, com valor médio da tonelada cotado em US$ 1.591,90.

 

Fonte: Notícias Agrícolas

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