Para Helio Sirimarco, vice-presidente da SNA – Sociedade Nacional da Agricultura, por enquanto, as commodities brasileiras não foram afetadas pela crise chinesa.
“O principal produto brasileiro de exportação para China é a soja. A forte valorização do dólar, interna e externa, impactou o mercado de duas maneiras. A primeira, no mercado internacional, derrubando os preços para compensar o encarecimento do produto (é bom lembrar que a China desvalorizou o yuan recentemente). Com isso, o produto americano perde competividade.
No mercado interno, a alta do dólar aumenta a competividade do produto brasileiro. Essa situação pode ser comprovada através das exportações brasileiras. Estamos exportando maior quantidade de produto obtendo menor receita.
Em função da sua dependência da soja, os chineses estão buscando alternativas mais baratas. Por essa razão, aumentaram as importações de sorgo e de DGGS (derivado do milho). Para o Brasil isso é um problema, já que não exportamos esses produtos.
Com relação ao setor pecuário,a China reabriu os suas fronteiras para a importação de carne bovina, após dois anos de embargo. A ABIEC(Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes) estima que nos próximos anos os chineses importarão cerca de 490.000 toneladas por ano de carne”, disse Sirirnarco por e-mail a Procampo.