Café é a segunda bebida mais consumida no Brasil

O cafezinho é preferência nacional! A bebida é a segunda mais consumida no País, perdendo apenas para a água. E a estimativa é de que este consumo cresça ainda mais, não somente no Brasil como no mundo todo. Em terras brasileiras, essa tendência está comprovada: o brasileiro está consumindo mais café. Essa foi a conclusão de uma pesquisa patrocinada pela Associação Brasileira da Indústria de Café – Abic, parceria do Consórcio Pesquisa Café, coordenado pela Embrapa Café, realizada no período de novembro de 2013 a outubro de 2014.

No período pesquisado, o consumo interno de café beneficiado no Brasil passou de 20,085 milhões de sacas de 60 kg para 20,333 milhões de sacas. Assim, o consumo per capita também aumentou ligeiramente no período, subindo de 4,87 kg/habitante/ano para 4,89 kg/habitante/ano de café torrado e moído e de 6,09 kg de café verde em grão para 6,12 kg, o que equivale a aproximadamente 81 litros/habitante/ano. Os dados dessa pesquisa podem ser conferidos no Observatório do Café do Consórcio Pesquisa Café e no site da Abic.

De acordo com o diretor-executivo da Abic, Nathan Herszkowicz, o consumo anual de café no Brasil é um dos que mais cresceram mundialmente, especialmente nas últimas duas décadas. “A bebida está presente em 98% dos lares. A maior parte do consumo é feito dentro de casa, representando 67% do total, mas o consumo fora do lar também está crescendo. O café em pó (torrado e moído) ainda é o mais consumido, mas está havendo uma migração para outros tipos de café. Um dos segmentos que mais cresce é o do café em cápsulas, com tendência de aumentar ainda mais a utilização delas nos lares brasileiros. O Nordeste, o Sul e o Centro-Oeste são as áreas onde mais crescem o consumo de café no Brasil. No Nordeste, particularmente, porque melhorou a renda da população, incrementando as vendas de cafeteiras elétricas”.

Herszkowicz aponta ainda que a tendência é observada principalmente nas classes A e B, apesar de as cápsulas custarem até 20 vezes mais do que os cafés em pó. As cápsulas exigem cafés de melhor qualidade e estão presentes em cerca de 1,7% dos lares brasileiros.

Evolução da cafeicultura – No Brasil, de acordo com o Informe Estatístico do Café, do Departamento do Café – Dcaf, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento – Mapa, a partir de 1997, com a criação do Consórcio Pesquisa Café, a evolução da cafeicultura se deu de forma bastante expressiva. A área de cultivo nesse ano era de 2,4 milhões de hectares, a produção de 18,9 milhões de sacas de 60kg e a produtividade de 8,0 sacas/hectare, com o consumo per capita de 4,3kg de café. Passados 17 anos, de acordo com o Levantamento de Safra da Companhia Nacional de Abastecimento – Conab (janeiro/2015), houve redução da área de cultivo para 1,9 milhões de hectares e, em 2014, o País produziu 45,3 milhões de sacas, com produtividade de 23,3 sacas/ha. E o consumo per capita, nesse mesmo período, também de acordo com o Informe Estatístico, aumentou para 6,12 kg.

Em nível mundial, segundo a Organização Internacional do Café – OIC, em 1997, a produção foi de 99,7 milhões de sacas de 60 kg e o Brasil participou com 19% desse mercado. E, em 2014, como a produção mundial evoluiu para 141,4 milhões de sacas e, a brasileira, para 45,3 milhões de sacas, nossa participação subiu para 32% do mercado mundial, com redução de aproximadamente 20% da área de cultivo. Contribuíram para essa evolução, nesses 17 anos, cerca de mil projetos de pesquisa desenvolvidos no âmbito do Consórcio Pesquisa Café que geraram tecnologias, conhecimentos básicos, produtos e processos que beneficiaram direta e indiretamente a produção, colheita e pós-colheita, beneficiamento e industrialização do café.

Trabalho em sintonia – Assim, pode-se dizer que pesquisa, produção e indústria, nas últimas duas décadas, trabalham em sintonia para superarem juntas o desafio de ampliar o consumo de café no País e conquistar e consolidar mercados no exterior. “Esses setores investiram continuamente em inovação, qualidade do produto, fazendo com que os brasileiros tomassem mais café de qualidade, em casa ou fora do lar”, conclui o representante da Abic. “A conjugação de esforços da pesquisa com a produção, em sintonia com a indústria, permitiu desenvolver cultivares de café cada vez mais produtivas e melhores, o que tem permitido não só esse aumento verificado no consumo interno, como também aumento da produção e exportação”, completa o gerente geral da Embrapa Café, Gabriel Bartholo.

O gerente geral da Embrapa Café ressalta ainda que o pilar central do fornecimento de matéria-prima de qualidade para as indústrias de torrefação e moagem são os produtores rurais que têm adotado as tecnologias inovadoras no campo geradas pela pesquisa, o que é imprescindível para que tenhamos uma cafeicultura sustentável. Além disso, “os trabalhos da pesquisa são fundamentais para diversificação e melhoria da qualidade do produto em função das novas exigências do mercado consumidor”, explica.

 

Fonte: Embrapa

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