Biotech B4A: Cerrado terá bioindicador de qualidade do solo

*Vídeo, gentilmente, gravado a pedido da SNA.

O projeto Agro Bioma Brasil, pioneiro no monitoramento da microbiota do solo e desenvolvido pela Biotech B4A – que integra o SNA Startup Hub (SNASH), inicia sua segunda etapa com foco na análise de sistemas de produção de soja no Cerrado brasileiro.

A análise é iniciada com o sequenciamento genético do solo, gerando dados massivos sobre os microrganismos-alvo como fungos e bactérias e, a partir daí, é elaborado um cronograma de medidas para o produtor com vistas à adoção de estratégias de manejo mais assertivas, melhorando a qualidade e eficiência do solo com foco na regeneração da área e na redução do desmatamento.

Apoio

O projeto foi selecionado neste ano pelo fundo americano Land Innovation Fund (LIF) e vai receber aporte para integrar o Programa Soja Sustentável do Cerrado, uma ação resultante da parceria entre o LIF e a PwC Agtech Innovation, apoiada pela Embrapa, Embrapii, Cargill e CPQD.

De acordo com Leonardo Gomes, sócio-fundador da B4A, esse projeto vai contar com mais de 3000 produtores rurais, ao longo de cinco anos, e mais de 300 parceiros de diferentes naturezas, mas todos envolvidos com a agricultura na região do Cerrado.

“Estão conosco empresas de consultoria, cooperativas, entidades de pesquisa, laboratórios, além de outros parceiros. Ou seja, são agentes interessados em melhorar a qualidade da agricultura nessa região e em reduzir o desmatamento, além de melhorar a eficiência agronômica”, enfatizou Leonardo Gomes.

Índice de qualidade biológica

Ao aderir a esta tecnologia, o produtor de soja do Cerrado terá acesso a um bioindicador de maturidade do solo e de carbono, sendo o primeiro índice de qualidade biológica do Cerrado. Isso será importante também por comprovar a saúde do solo e viabilizar ao produtor o acesso a crédito como a CPR Verde (Cédula do Produto Rural).

“O que estamos desenvolvendo é algo que vai permitir que esse indicador seja levado para uma entidade econômica ou financeira responsável por viabilizar esta operação de crédito, sendo possível que este tenha algum tipo de incentivo para que as práticas regenerativas continuem sendo adotadas. Em resumo, há uma redução no desembolso de capital por parte dos produtores que aderem a esse projeto”, ressaltou o sócio-fundador da startup.

Relevância

Segundo informações da B4A, há levantamentos mostrando que as áreas do Matopiba (região que se estende por Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia) são as mais vulneráveis à ampliação do cultivo de soja por meio da conversão de mata nativa. Por esse motivo, esse projeto, focado nessa região, é de extrema relevância tanto para produtores quanto para a sociedade.

Cerrado

Desde a sua fundação, em 2020, a B4A já analisou a microbiologia de 250 mil hectares, somente no Cerrado. Nesta região, a soja representa 90% da área de produção. A startup identificou resultados positivos, comparando os efeitos de tratamento regenerativo aos convencionais na microbiota do solo deste bioma. Houve 11% de ganho de resiliência e avanço de 35% no ganho de sustentabilidade. São diferenças nos bioindicadores B4A da saúde do solo representando o potencial da microbiologia em ajudar as plantas a tolerarem estresses ambientais e disponibilizarem nutrientes essenciais às plantas.

Por Larissa Machado

 

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