Vice-presidente da SNA avalia desempenho do crédito rural na safra 2016/17

Vice-presidente da SNA, Hélio Sirimarco diz que, “com a queda da inflação, mesmo com a redução das taxas de juros, os juros reais (do financiamento agropecuário) subiram”. Foto: Arquivo SNA 

Mês de junho chegou ao fim e com ele o ciclo agrícola referente à safra 2016/17. No período, entre 1º de julho do ano passado e 30 de junho de 2017, os financiamentos agropecuários da agricultura empresarial somaram R$ 137,2 bilhões, sendo R$ 82,3 bilhões para custeio – 78,8% a juros controlados e 21,2% a juros livres –, R$ 23 bilhões para comercialização, R$ 26,5 bilhões para investimentos e R$ 5,4 bilhões para industrialização.

Os números são da Secretaria de Política Agrícola (SPA), vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). Conforme o órgão, as contratações de crédito rural na safra 2016/17 mantiveram a mesma distribuição dos ciclos agrícolas anteriores.

Vice-presidente da Sociedade Nacional de Agricultura (SNA), Hélio Sirimarco avalia os índices das taxas de juros, se foi positiva ou não para o produtor rural.

“Tudo depende do juro real. Por exemplo, como a inflação no ano passado ficou em 11% (em valor arredondado) e os juros livres foram de 9,5% a 10,5%, o produtor teve uma taxa de juro real de praticamente zero. O problema é que, com a queda da inflação, mesmo com a redução das taxas de juros, os juros reais subiram. Isso impacta tanto os juros controlados como os livres.”

 

INDUSTRIALIZAÇÃO

De acordo com a SPA/Mapa, “a queda observada em relação ao custeio se deve ao fato de a industrialização não mais ser classificada como custeio, figurando como modalidade específica do crédito rural”.

Enquanto o crédito de custeio a juros controlados caiu 19% em comparação à safra 2015/16, esse mesmo crédito a juros livres teve alta de 72%. Ainda segundo o órgão federal, isso se deve, em grande parte, “ao direcionamento de recursos provenientes da emissão de LCA (Letra de Crédito do Agronegócio) para o crédito rural”.

“Essa estratégia está relacionada à decisão do governo de permitir, recentemente, que as LCAs fossem usadas como fonte de recursos para operações de investimento e comercialização, e não apenas para custeio, assim como ocorria antes”, destaca Sirimarco.

A SPA/Mapa ressalta que “as emissões de LCA continuam sendo fonte importante de financiamento da agricultura brasileira, graças à instituição, em julho de 2015, do direcionamento de parte do valor para o crédito rural, cujo montante passou de R$ 13,4 bilhões, na safra 2015/16, para R$ 18,3 bilhões na safra 2016/17”.

 

AGENTES FINANCEIROS

Conforme a Secretaria de Política Agrícola, na safra avaliada houve uma redução de 23% da participação dos bancos públicos, com recursos controlados, e estagnada na parte de recursos livres. Os bancos privados tiveram um importante crescimento de 10% a juros controlados e de 36% a juros livres.

“Os bancos públicos estão apostando no aumento da tomada de recursos captados pelas Letras de Crédito do Agronegócio (LCA), para melhorar seu desempenho nos desembolsos de crédito rural, que recuaram quase 20% na safra passada, em comparação Ao ciclo anterior”, comenta o vice-presidente da SNA.

 

DISTRIBUIÇÃO

Por finalidade, ainda segundo a SPA/Mapa, a distribuição do crédito de custeio de produtos agrícolas teve como destaque a participação da soja (34,7%), do milho (12,8%) e dos insumos para cooperados (10,8%). Em relação aos produtos pecuários, o destaque ficou para a pecuária, que respondeu por 66,8% dos financiamentos de custeio.

Quanto à participação regional nos financiamentos de custeio agropecuário, a região Sul respondeu por 33% do custeio e 26% dos investimentos; e Centro-Oeste respondeu, respectivamente, por 30% e 36%.

 

Por equipe SNA com informações do Ministério da Agricultura

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