‘Tá na Mesa’: cenário é de novas oportunidades para o agro, diz ex-ministro da Agricultura

“Nosso País é uma dádiva para o agronegócio mundial. E há muito tempo a solução da nossa economia vem do campo. Somos responsáveis por apenas 1,4% do comércio mundial e 6,9% do comércio agrícola mundial. É pouco perto do nosso potencial”, diz o ex-ministro da Agricultura e presidente da ABPA, Francisco Turra. Foto: Ivan Andrade
“Nosso País é uma dádiva para o agronegócio mundial. E há muito tempo a solução da nossa economia vem do campo. Somos responsáveis por apenas 1,4% do comércio mundial e 6,9% do comércio agrícola mundial. É pouco perto do nosso potencial”, diz o ex-ministro da Agricultura e presidente da ABPA, Francisco Turra. Foto: Ivan Andrade

O presidente-executivo da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Francisco Turra, apresentou um cenário de novas oportunidades para o agronegócio brasileiro na reunião-almoço “Tá na Mesa”. O encontro foi realizado na Federação das Associações Comerciais e de Serviços do Rio Grande do Sul (Federasul) no último dia 26 de outubro, em Porto Alegre (RS).

O ex-ministro da Agricultura fez um balanço das ações do setor em 2016, destacando as exportações de aves e suínos. “Foi um ano desafiador. Tivemos bons números em termos de produção e vendas, mas uma queda cambial de 3,6%”, afirmou.

Segundo ele, o desaquecimento no consumo nacional exigiu da entidade um esforço maior para garantir a manutenção dos empregos e a busca por novos parceiros comerciais, como a Coreia do Sul – 3º maior consumidor de suínos no mundo.

Na palestra “Caminhos de valor para o agronegócio: os desafios em um novo momento econômico”, Turra apresentou um prognóstico que de agências internacionais – como o Rabobank – que aponta um crescimento de 1,4% ao ano na demanda global por carnes até 2025. Isso significa 45 milhões de toneladas.

A possibilidade brasileira de conquistar mais espaço no comércio exterior é favorecida pela estagnação das produções da China, ameaçada por uma crise hídrica, e dos Estados Unidos.

 

RECUPERAÇÃO DA CONFIANÇA

O momento, segundo Turra, é de recuperação da confiança no Brasil: “Nosso País é uma dádiva para o agronegócio mundial. E há muito tempo a solução da nossa economia vem do campo. Somos responsáveis por apenas 1,4% do comércio mundial e 6,9% do comércio agrícola mundial. É pouco perto do nosso potencial”.

Para conquistar mais espaço, o presidente da ABPA defendeu mudanças: “Precisamos tornar o País mais leve, menos travado. Não tenho dúvida de que o agro vai continuar sendo a nossa principal bandeira, neste novo momento de abertura”.

Mesmo com uma retração de 3,8% do PIB (Produto Interno Bruto) em 2015 – a maior queda nos últimos 25 anos –, a agropecuária fechou o ano com alta de 1,8%. Turra destacou as vantagens do clima brasileiro, inovações tecnológicas e a necessidade de um controle nos preços de energia para garantir a competitividade da indústria.

Ele aproveitou também para atacar alguns mitos que envolvem a produção agrícola no País. De acordo com levantamento do Ministério da Agricultura, o Brasil tem 61% de seu território preservado (517 milhões de hectares), contra 5,6% na Ásia e 0,3% na Europa.

 

DESAFIOS

Entre os principais desafios para o aumento da competitividade do Brasil no mercado mundial, Turra citou a regulação tributária, infraestrutura, legislação trabalhista, impostos e a burocracia governamental.

“Apesar de todo este potencial, permanecemos isolados, com cinco parceiros comerciais, enquanto nações, como o Chile, têm 26”, comparou. Por outro lado, indicou avanços significativos no controle de qualidade e na produção de valor agregado, que aumenta o faturamento de empresas associadas à cadeia produtiva.

No final do evento, o ex-ministro da Agricultura recebeu uma distinção especial no Prêmio Vencedores do Agronegócio 2016, na categoria “Desenvolvimento do campo no RS e no País”, por seu histórico de contribuições.

 

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