Soja sobe mais de 1% em Chicago e registra máximas em 11 meses com seca na Argentina

O mercado futuro da soja na Bolsa de Chicago foi retomado nesta terça-feira (20/2), pós-feriado nos Estados Unidos, com força total e os principais vencimentos registrando as máximas em 11 meses. Por volta de 9h25 (Horário de Brasília), o março/18 estava cotado a US$ 10,36, em alta de 14,50 centavos e o maio/18 a US$ 10,47, em alta de 14,50 centavos.

Além da soja, os contratos futuros de farelo registram as maiores cotações em 19 meses. No mesmo horário, os principais vencimentos registravam ganhos de US$ 8,70 a US$ 9,60 por tonelada curta, com o março/18 cotado a US$ 382,90 e o maio/18 a US$ 385,60.

O tempo seco nas áreas-chave de produção da Argentina se mantém como principal fator para a alta das cotações neste momento, já que as chuvas do último final de semana foram ‘desapontadoras’.

“Choveu em algumas partes da Argentina, porém, não o suficiente em áreas importantes e que precisavam das chuvas”, diz ao Agrimoney o analista internacional Mike Mawdsley, da First Choice Commodities. E para esta semana, mais volumes limitados e esparsos são esperados, de acordo com as últimas previsões climáticas.

Mercado Interno

Os preços da soja no Brasil não contaram com as referências na Bolsa de Chicago nesta segunda-feira (19/2), já que o mercado norte-americano ficou fechado em função do feriado do Dia do Presidente e apenas algumas praças de comercialização do interior registraram variações, acompanhando a movimentação do câmbio neste início de semana.

Em Londrina, no Paraná, a saca da soja subiu 1,07% para encerrar o dia cotada a R$ 66,00, enquanto a alta em Cascavel, também no estado paranaense, foi de 0,77% para R$ 65,50. Em Brasília, a saca foi cotada a R$ 64,00, em alta de 0,79% e no Oeste da Bahia, R$ 62,88, alta de 0,21%.

Em parte do Brasil, as cotações recuaram mesmo diante da falta de movimentação na CBOT e da alta do dólar. Em São Gabriel do Oeste, no Mato Grosso do Sul, a saca caiu 0,84% e 1,67% em Jataí e Rio Verde, ambas as praças em Goiás, cotada a R$ 59,00 em ambas.

Já nos portos, os preços ficaram estáveis nesta segunda-feira. Em Paranaguá, a saca no mercado disponível foi cotada a R$ 76,00; em Rio Grande, a R$ 75,20 no mercado disponível e R$ 76,80 para entrega em maio/18. Em Santos, a saca foi cotada a R$ 75,09.

Os negócios no mercado brasileiro, como mostram analistas e consultores e diante de alguns dos melhores patamares do ano, deverão continuar aquecidos. “O mercado da soja no Brasil deverá continuar mostrando entregas de contratos e muitos fechamentos podendo aparecer nos próximos dias”, disse Vlamir Brandalizze.

Milho: Com suporte do clima da Argentina mercado volta do feriado em alta

Os contratos futuros do milho negociados na Bolsa de Chicago (CBOT) iniciaram a sessão desta terça-feira (20/2) em alta. Por volta das 9h15 (Horário de Brasília), os principais vencimentos ganhos de 1,75 a 2 centavos. O março/18 estava cotado a US$ 3,69 ¼ e o maio/18 a US$ 3,77 o bushel.

Após o feriado do Dia do Presidente, comemorado nesta segunda-feira (19/2) nos Estados Unidos, os negócios foram retomados em campo positivo. E, de acordo com informações das agências internacionais, o clima na Argentina continua sendo o principal fator de sustentação aos preços.

“As chuvas leves registradas neste fim de semana está permitindo que a escassez de umidade continue”, informou a Radiant Solutions ao Agrimoney.com, acrescentando que “uma melhora muito limitada é esperada essa semana”.

Tobin Gorey, do Commonwealth Bank of Australia, disse que “os meteorologistas esperam chuvas modestas essa semana e que as precipitações não podem fazer mais do que parar a queda nos rendimentos”.

No caso da Argentina, os órgãos oficiais já reduziram a projeção para a safra de milho nesta temporada. Após um longo período de adversidades climáticas, a estimativa baixou de 41 milhões para 39 milhões de toneladas.

Mercado Interno

Segundo levantamento realizado pelo economista do Notícias Agrícolas, André Lopes, em São Gabriel do Oeste (MS), a saca subiu 4,55% e terminou o dia cotada a R$ 23,00.

Na região de Palma Sola (SC), a alta foi de 3,51%, com a saca cotada a R$ 29,50. Em Campinas (SP), a alta foi de 2,98%, com a saca cotada a R$ 34,60. No Oeste da Bahia, a alta foi de 1,89%, com a saca cotada a R$ 27,00. Nas demais praças o dia foi de estabilidade.

Segundo o operador da Ouro Investimentos, Maurillo Marcondes Larios, o mercado do cereal apresenta um momento atípico nesse momento. Estamos acompanhando uma alta inesperada no mercado futuro e também no mercado físico, disse.

O especialista explica que o cenário é decorrente do encarecimento do frete, com a colheita da soja e a postura do produtor em dar preferência à comercialização da oleaginosa nesse momento. Essa menor oferta de milho e a colheita da primeira safra ainda lenta em algumas regiões contribuem para a formação do cenário, disse.

“Devido ao avanço da colheita da soja, a prioridade continua sendo a comercialização da oleaginosa”, destacou o Cepea em seu boletim semanal.

No maior estado produtor do grão na primeira safra, o Rio Grande do Sul, em torno de 32% da área semeada foi colhida até o momento, percentual dentro da média para o período, conforme levantamento da Emater/RS. E, apesar do rendimento dentro do esperado no Norte do estado, as lavouras do cereal foram penalizadas pelas intempéries climáticas e os prejuízos são estimados próximos de 28% na região Sul.

De modo geral, o percentual colhido no Centro-Sul do Brasil está próximo de 15%, segundo estimativa da AgRural. No mesmo período do ano anterior, o percentual era de 14% a média dos últimos cinco anos é de 16%.

Ainda assim, o operador alerta que a chegada da safra de verão e os estoques podem pressionar negativamente os preços do cereal e os produtores precisam estar atentos. Os estoques iniciais são projetados pela Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) em mais de 18 milhões de toneladas.

Segunda safra

Outro fator que também está no radar dos participantes do mercado é o andamento do plantio da segunda safra de milho no país. Ainda segundo dados da AgRural, em torno de 26% da área no Centro-Sul já foi semeada com o grão. Em igual período do ano anterior, 36% da área já havia sido cultivada e a média dos últimos cinco anos é de 31%.

Em Mato Grosso, até o momento, o plantio está completo em 46,32% da área estimada para essa safra, de mais de 4.4 milhões de hectares. Na comparação com o ciclo passado, a diferença é de 12,07%, já que em 17 de fevereiro de 2017, cerca de 58,38% da área já havia sido plantada. As informações fazem parte do levantamento do Imea (Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária).

Em muitas regiões, o atraso no plantio da soja e agora na colheita com o excesso de chuvas, houve o comprometimento da janela ideal de cultivo do milho. Cenário que gera especulações no mercado.

Por enquanto, em muitas regiões produtoras, a leitura é de redução na área cultivada com o cereal e também nos investimentos em tecnologia. Teremos uma safrinha mais exposta ao risco climático. E os próximos 15 dias serão decisivos para acompanhar o andamento da safra e podemos ter um direcionamento melhor em relação aos preços, disse Larios.

Exportação

As exportações aquecidas também continuam aquecidas e ajudam a dar sustentação aos preços do cereal. Somente em janeiro, o país embarcou mais de 3.02 milhões de toneladas, segundo dados da Secex (Secretaria de Comércio Exterior).

Ainda segundo projeção dos analistas, o Brasil tomará a liderança dos EUA na exportação de milho em cinco anos.

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