Soja fecha em baixa na CBOT com pressão do petróleo, de olho no clima e à espera do feriado nos EUA

Os contratos futuros da soja na Bolsa de Chicago ampliaram as perdas durante a sessão e os principais vencimentos fecharam em baixa de 8,75 a 9 centavos. O julho/17, que é o contratos mais negociado, fechou a US$ 9,39 ½ e o novembro, referência para a safra americana, a US$ 9,39 ¼ /bushel.

Com uma conjunção de fatores, o mercado futuro americano acabou perdendo a força ao longo do dia. O mais importante foi a severa queda do petróleo de mais de 5% em Londres e Nova York, após as informações de que a de que a decisão da Opep (Organização dos Países Produtores de Petróleo) sobre o corte na produção não teria vindo em linha com o que esperava o mercado.

“Havia expectativas de que a Opep poderia elevar o volume dos cortes ou prorrogá-los por até 12 meses”, informou a Reuters. A associação decidiu manter os cortes da produção até março de 2018, com os produtores ainda lutando com uma sobreoferta mundial da commodity.

Segundo analistas e consultores de mercado, a queda do petróleo provocou a saída dos investidores não só dele, mas das commodities de uma forma geral e impactou diretamente o complexo soja. Não só o grão, mas também os contratos futuros do óleo de soja que cairam mais de 0,70% na CBOT.

Além disso, a queda do petróleo favoreceu a alta do dólar, o que também pressionou o mercado. A moeda fechou em alta de 0,12%, cotado a  R$ 3,2830 para venda.

O clima no Meio-Oeste americano permanece como um dos protagonistas em Chicago. O mercado segue acompanhando as chuvas e o frio previstos para os próximos dias, ao mesmo tempo em que para o início de junho já são esperadas condições mais favoráveis.

“Vamos ter um mercado bastante volátil daqui para frente, tanto para o bem quanto para o mal. O clima vai ser o fator decisivo, sem dúvida”, disse Camilo Motter, analista da Granoeste Corretora de Cereais.

Assim, segundo o boletim da consultoria AgResource Brasil, “a maioria dos bastidores das commodities está à espera de melhores definições das condições climáticas para junho nos Estados Unidos e uma delineação da direção dos preços no curto e médio prazo”.

Também nesta quinta-feira, o USDA divulgou as vendas semanais para exportação. Apesar de fortes e de virem acima das expectativas do mercado, foram insuficientes para prover um suporte às cotações, ou estimular algum avanço.

Complementando o cenário de pressão sobre os preços, ainda segundo analistas, o mercado já começa a se ajustar para o final de semana prolongado dado o feriado do Memorial Day, comemorado nos EUA na próxima segunda-feira (29/5) e quando as bolsas americanas não operam. Analistas esperam uma terça-feira (30/5) pós-feriado bastante volátil, principalmente com informações atualizadas sobre o avanço do plantio nos EUA, as condições das lavouras e novas previsões climáticas.

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