Soja fecha em baixa em Chicago em semana de cautela à espera do USDA

Os contratos futuros da soja voltaram a fechar em baixa na Bolsa de Chicago. Os principais vencimentos registraram quedas de 3 a 3,50 centavos, com o março/18 cotado a US$ 9,63 ¾ e o maio/18 a US$ 9,74 ½.

A oleaginosa segue pressionada pelas previsões de uma melhora das condições climáticas para a Argentina, tal qual sente ainda uma movimentação técnica dos preços com os traders ajustando suas posições antes da divulgação do relatório do USDA nesta sexta-feira, 12 de janeiro.

“As estimativas para os novos números não mostram muitas mudanças em relação ao último boletim, e isso pode ser o melhor argumento para uma surpresa, embora a história mostre que esses choques podem ser tanto altistas, quanto baixistas” disse o analista do portal internacional Farm Futures, Bryce Knorr.

E ainda entre os fundamentos, segue a questão do clima na América do Sul, com a maior atenção ainda voltada para a Argentina neste momento. Depois de algumas chuvas no último final de semana, boa parte das principais regiões produtoras do país deverão receber ainda bons acumulados nos próximos dias, segundo mostra o modelo americano GFS, que poderia aliviar o quadro atual.

Há volumes sendo esperados para Santa Fé e Córdoba podendo chegar aos 100 mm nos próximos 10 dias. “O mais importante é que tem previsão de mais chuvas nos próximos dias e, assim, o apelo é levemente negativo para Chicago”, disse o consultor Vlamir Brandalizze, da Brandalizze Consulting.

O que ainda limita o recuo das cotações, segundo analistas e consultores, é a demanda global muito aquecida, mesmo que não estando completamente focada na soja norte-americana. Embora ainda mais lentas do que as do ano passado, para Brandalizze as vendas dos EUA deverão tomar ritmo nas próximas semanas.

Enquanto isso, no Brasil, os números das exportações permanecem consideravelmente fortes. Somente nos primeiros quatro dias úteis de 2018, segundo a Secretaria de Comércio Exterior (Secex), as vendas brasileiras somaram 353.100 toneladas.

“Se comparado com o ano passado, que registrou embarque diário de 41.400 toneladas, estamos com mais de 100% acima do mesmo período de 2017, que mostrou o acumulado de janeiro com 911.800 toneladas. Se seguirmos neste ritmo iremos superar a casa das 1.7 milhão de toneladas, contra as 2.355.600 toneladas de dezembro último que foi um dos melhores dezembros da história da soja do Brasil”, disse Brandalizze.

Preços no Brasil

Nesta segunda-feira, os preços da soja no mercado nacional não registraram um movimento comum nas praças de comercialização e nos portos. Enquanto a saca registrou uma alta de 0,81% em Londrina/PR, cotada a R$ 62, caiu 0,82% em Não-Me-Toque/RS, cotada a R$ 60,50.

No porto de Paranaguá, a saca da soja no mercado disponível fechou cotada a R$ 72,30, em alta de 0,42%, enquanto em Rio Grande se manteve estável a R$ 71,80. No mercado futuro, para a safra nova, a saca foi cotada a R$ 72,00 e R$ 73,80, respectivamente, com estabilidade e queda de 0,27%.

Milho: Chicago fecha em leve alta aguardo do USDA

Os contratos futuros do milho na Bolsa de Chicago (CBOT) fecharam em alta. Os principais vencimentos registraram ganhos de 1,75 centavos, com o março/18 cotado a US$ 3,49 e o maio/18 a US$ 3,57 ¼ o bushel.

Os contratos futuros do cereal seguem com suas movimentações limitadas na medida em que os traders buscam um bom posicionamento antes da divulgação dos novos números do USDA na sexta-feira (12).

E a leve alta foi, ainda, segundo analistas internacionais ouvidos pela agência Reuters, um movimento de correção, mesmo que ainda tímida, depois das recentes quedas registradas na CBOT, com os traders cobrindo suas posições também à espera do USDA.

Os grandes estoques globais do grão, segundo analistas internacionais, podem ser revisados para cima, pressionar ainda mais os preços e intensificar a volatilidade do mercado.

Da mesma forma, não tira o foco do mercado sobre o clima na América do Sul e os impactos que podem ser registrados na safra 2017/18, principalmente da Argentina nesse momento, por causa das adversidades que ainda são registradas no país.

Depois de algumas chuvas no último final de semana, boa parte das principais regiões produtoras do país deverão receber ainda bons acumulados nos próximos dias, segundo mostra o modelo americano GFS, que poderia aliviar o quadro atual.

Preços no Brasil

No interior do Brasil, os preços permaneceram estáveis na maior parte das principais praças de comercialização, com exceção de Sorriso/MT, onde a saca registrou uma queda de 7,69% para R$ 12,00. Em São Gabriel do Oeste/MS, queda de 2,33% para R$ 21,00.

Já a saca para embarque em agosto/18, no porto de Paranaguá, foi cotada a R$ 30,00, sem variação.

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