Soja: com alta em Chicago e do dólar, preços voltam a subir no interior e nos portos do Brasil

Os contratos futuros da soja na CBOT voltaram a fechar em alta, dando prosseguimento ao movimento de correção iniciado na última sexta-feira, com os principais vencimentos registrando ganhos de 7,50 a 7,75 centavos. O março/18 fechou cotado a US$ 9,68 e o maio/18 a 9,79 ½ o bushel.

Os contratos de farelo também voltaram a fechar em alta, com os principais vencimentos registrando ganhos de US$ 5,50 a US$ 5,80 por tonelada curta. O março/18 fechou cotado a US$ 322,80 e o maio/18 a US$ 326,30.

Exportações EUA

Na semana encerrada em 11 de janeiro, os embarques de soja somaram 1.231.037 toneladas, contra as estimativas do mercado de 980.000 a 1.28 milhão de toneladas. O acumulado no ano comercial já chega a 30.837.904 toneladas, abaixo do ano passado, quando o volume era superior a 35 milhões de toneladas nesse mesmo período.

Esmagamento EUA

A NOPA (Associação Nacional dos Processadores de Oleaginosas dos Estados Unidos) divulgou os números do esmagamento de soja em dezembro, o qual ficou dentro das expectativas do mercado.

O volume esmagado foi de 4.53 milhões de toneladas, contra projeções que variavam de 4.4 a 4.57 milhões de toneladas. Em novembro, foram processadas 4.45 milhões de toneladas.

Brasil

A colheita de soja da safra 2017/18 está atrasada em Mato Grosso, principal produtor do Brasil, e chuvas previstas para os próximos dias podem atrapalhar ainda mais os trabalhos de campo, alertou o Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea).

Até semana passada, 1,29% da área plantada com a oleaginosa no Estado havia sido colhida, contra 5,33% em igual período do ano passado e 2,9% na média das últimas cinco temporadas.

“Esse avanço menor nesta safra é decorrente dos atrasos na semeadura e, principalmente, dos grandes volumes de chuvas registrados em grande parte do Estado”, destacou o IMEA em relatório semanal.

Nos últimos dias, precipitações em excesso e a nebulosidade começaram a preocupar o setor quanto a atrasos na colheita e também à proliferação de doenças, como a ferrugem.

“Espera-se que a colheita ganhe volume a partir da segunda quinzena de janeiro. Apesar disso, as previsões climáticas apontam significativos volumes de chuvas neste período, podendo refletir nos trabalhos de campo”, ponderou o Imea.

De acordo com previsão do Agriculture Weather Dashboard, do terminal Eikon da Thomson Reuters, deverá chover até 31 de janeiro, de 77 a 145 milímetros em Mato Grosso, a depender da região.

O Imea também destacou que não só a colheita de soja está mais atrasada neste ano: as vendas antecipadas também estão.

Até o momento, em torno de 42% da safra a ser colhida já foi comercializada, queda de quase 8% na comparação com igual momento do ano passado.

Mato Grosso deve produzir neste ano 30.6 milhões de toneladas de soja, segundo estimativa do Imea.

Preços no Brasil

Com as altas em Chicago e mais a recuperação do dólar nesta terça-feira, os preços da soja também subiram em alguns pontos do Brasil. O movimento positivo, porém, ainda não foi generalizado.

Em alguns pontos de Mato Grosso, por exemplo, as altas superaram os 3%, como em Itiquira e Rondonópolis e a saca voltou a superar os R$ 60,00.

Nos portos, os preços também subiram e voltaram a superar os R$ 70,00. No mercado disponível em Paranaguá a saca foi cotada a R$ 72,00 e em Rio Grande a R$ 71,30, em alta de 1,41% e 1,13%, respectivamente, enquanto a saca safra nova foi cotada a R$ 71,00 e R$ 73,00, em alta de 0,71% e 0,69%, respectivamente.

Milho: Mercado permanece focado no clima da Argentina

Os contratos futuros do milho na CBOT fecharam em alta, com os principais vencimentos registrando ganhos de 2 a 2,25 centavos. O março/18 fechou cotado a US$ 3,48 ¼ e o maio/18 a US$ 3,56 ¾ o bushel.

O mercado perdeu força ao longo do pregão, influenciado pela queda do trigo, segundo dados das agências internacionais. “O mercado de milho não está otimista, mas parece estar sendo mais arrastado pelo trigo”, disse o chefe de estratégia de grãos da Kluis Commodities, Cory Bratland ao Agriculture.com.

Segundo a Reuters, por sua vez, os preços do trigo foram pressionados pelos amplos estoques globais e pela perspectiva de que os produtores americanos plantaram mais trigo na temporada do que o esperado. Com isso, as cotações do cereal tocaram o patamar mais baixo em um mês no mercado internacional.

O clima na Argentina segue no radar do mercado. Segundo dados reportados pelo La Nación, na região de Chivilcoy, na província de Buenos Aires, os produtores reforçam o atraso no desenvolvimento da cultura do milho devido ao clima irregular.

Exportações EUA

Na semana encerrada em 11 de janeiro, os Estados Unidos exportaram 584.389 toneladas de milho, enquanto a expectativa do mercado variava entre 690.000 e 990.000 toneladas. No ano comercial. já foram exportadas 12.014.379 toneladas, contra mais de 18.8 milhões de toneladas no ano comercial anterior, nessa mesma época.

Por sua vez, os embarques semanais do trigo totalizaram 368.651 toneladas, com as expectativas do mercado variando de 190.000 a 380.000 toneladas. Os números mostram que, em todo o ano comercial, os embarques já totalizam 15.135.637 toneladas, contra mais de 16.1 milhões de toneladas do ano comercial anterior, nesse mesmo período.

Mercado brasileiro

Em Campinas (SP), a saca caiu 4,46% e encerrou o dia cotada a R$ 32,10. No Porto de Paranaguá, no mercado futuro, a saca para entrega em agosto/18, terminou o dia cotada a R$ 29,00.

Em contrapartida, em Campo Novo do Parecis (MT), a saca subiu 2,78% e fechou cotada a R$ 18,50. Na região de São Gabriel do Oeste (MS), a alta foi de 2,38%, com a saca cotada a R$ 21,50. Já em Luís Eduardo Magalhães (BA), a alta foi de 1,72%, com a saca cotada a R$ 29,50. As informações fazem parte do levantamento diário realizado pelo economista do Notícias Agrícolas, André Lopes.

Conforme o consultor Vlamir Brandalizze, “as cotações não apresentam mudanças significativas, até porque nesse momento estamos com a colheita no Centro-Sul do país. Fator que pressiona as cotações”.

Ainda assim, um dos fatores positivos ao mercado são as exportações. Nesta segunda-feira, a Secex (Secretaria de Comércio Exterior) divulgou que os embarques de milho somaram 1.48 milhões de toneladas nas duas primeiras semanas de janeiro. Em todo o mês de janeiro de 2017, as exportações totalizaram 1.45 milhão de toneladas.

A expectativa é que as exportações contribuam para enxugar o excedente do mercado doméstico e assim, reduzir os estoques brasileiros.

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