SNA participa da Semana dos Alimentos Orgânicos

Sylvia Wachsner, coordenadora do CI Orgânicos: "Os produtores devem se fortalecer em associações e cooperativas para unir esforços, reduzir os custos de produção e negociar seus produtos, obtendo melhores condições"  FOTO - SNA
Sylvia Wachsner, coordenadora do CI Orgânicos: “Os produtores devem se fortalecer em associações e cooperativas para unir esforços, reduzir os custos de produção e negociar seus produtos, obtendo melhores condições”. Foto: Arquivo SNA

Há 11 anos, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), com o apoio de outros ministérios, organiza a Semana Nacional dos Alimentos Orgânicos. O objetivo é mostrar o que são os orgânicos, como são produzidos e onde podem ser encontrados. A campanha também divulga os benefícios nutricionais, ambientais e sociais desses produtos.

Além disso, a cada ano é realizado um trabalho de conscientização sobre a importância de se consumir alimentos orgânicos, que, segundo especialistas, por serem produzidos sem derivados de petróleo, produtos químicos ou sintéticos, tornam-se mais saudáveis. Seu cultivo e produção obedecem aos preceitos da sustentabilidade, considerando o uso da água, o solo e a biodiversidade.

Durante a Semana Nacional dos Alimentos Orgânicos, que acontece de 24 a 31 de maio, entidades do setor em diversos Estados brasileiros oferecem cursos, seminários, debates, visitas aos sítios de produtores, entre outras atividades.

O Centro de Inteligência em Orgânicos (CI Orgânicos), da Sociedade Nacional de Agricultura (SNA), participa do evento organizando, em sua sede no centro do Rio, o Fórum Orgânicos em Ação e um workshop de produção de tomates orgânicos em Nova Friburgo.

CADEIA PRODUTIVA

Diversos aspectos referentes à cadeia de alimentos orgânicos, entre eles, o impacto da tecnologia, questões ligadas à logística, canais de comercialização, novas parcerias e sustentabilidade dos negócios serão debatidos, no próximo dia 27 de maio, durante o 1º Fórum Orgânicos em Ação – Empreendedorismo e Mercado.

De acordo com a coordenadora do CI Orgânicos, Sylvia Wachsner, o encontro tem como proposta “apresentar novas maneiras de tornar mais curto o caminho entre consumidores e pequenos e médios produtores, com o auxílio da tecnologia, e levar conhecimento aos produtores e técnicos rurais, apresentando dados sobre o mercado orgânico”.

Participam do encontro representantes do comércio eletrônico, como o Organomix, que apresenta uma sofisticada e rápida logística de distribuição, permitindo que os produtos cheguem frescos aos domicílios dos consumidores, e o Clube Orgânico, um exemplo de CSA (Comunidade que Sustenta a Agricultura) – forma associativa focada em gerar benefícios tanto para a comunidade como para os produtores, e transformar as relações atuais de produção e consumo.

Também estarão presentes Sebastião Wilson Tivelli, chefe da Seção Técnica da Unidade de Pesquisa e Desenvolvimento (UPD) da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (APTA), que irá lançar duas publicações sobre tomates orgânicos, e o produtor e técnico Fernando Ataliba, referência na produção orgânica de São Paulo.

TOMATES MAIS SAUDÁVEIS

Além do fórum, o CI Orgânicos vai subir a serra de Friburgo (RJ) para promover, no dia 28 de maio, em parceria com o Projeto de Fortalecimento dos Orgânicos do Sebrae (Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas), um workshop – com a participação de Tivelli e Ataliba – sobre produção de tomates orgânicos. A ideia de utilizar o tomate para investir em qualificação tem uma razão técnica.

“O tomate é uma fruta bastante consumida no Brasil, e somos um importante produtor mundial, mas quase sempre ocupamos os primeiros lugares nas listagens da Anvisa referentes a cultivos que mais utilizam produtos químicos.”

“Nosso interesse é que, ao difundir conhecimento entre os produtores rurais brasileiros, eles possam oferecer produtos de alta qualidade a preços muito mais competitivos, além de beneficiar os consumidores, que acabam por adquirir alimentos mais saudáveis”, explica Sylvia Wachsner.

AVANÇOS E DESAFIOS

De acordo com a coordenadora do CI Orgânicos, apesar de haver, entre os consumidores, o reconhecimento de que os orgânicos são alimentos mais saudáveis e diferenciados dos convencionais, existe ainda o estigma de que eles são mais caros que os convencionais e acessíveis somente para as elites.

“Isso em parte é verdadeiro quando são adquiridos pelos varejistas, que colocam margens de custo muito elevadas e utilizam os orgânicos como chamariz para diferenciar seu negócio”, declara Sylvia Wachsner.

Em outros casos, segundo ela, “os orgânicos são mais caros por estarem configurados como alimentos sazonais, certificados, concebidos em sítios pequenos, em lotes menores, em produções não mecanizadas, em menor escala”.

Na opinião da coordenadora, a saída para esse tipo de questão está na união de forças.

“Temos muitos pequenos produtores que compreendem a importância de produzir alimentos com menos químicos ou produtos sintéticos, mas que devem se fortalecer em associações e cooperativas para unir esforços, reduzir os custos de produção e negociar seus produtos, obtendo melhores condições.”

Sylvia acrescenta ainda que no Sul do Brasil há diversas cooperativas de agricultores familiares com volume e variedade de produtos suficientes que permitem comercializar orgânicos, não somente para a merenda escolar, mas também nas diversas capitais brasileiras.

Por equipe SNA/RJ

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