SNA participa com o MDS da campanha ‘Brasil Saudável e Sustentável’

Sylvia Wachsner (CI Orgânicos): "É importante dar às pessoas ferramentas suficientes para que elas possam fazer escolhas conscientes pelos alimentos a serem consumidos" FOTO - Cristina Baran
Sylvia Wachsner (CI Orgânicos): “É importante dar às pessoas ferramentas suficientes para que elas possam fazer escolhas conscientes pelos alimentos a serem consumidos”. Foto: Cristina Baran/SNA

O Centro de Inteligência em Orgânicos (CI Orgânicos), da Sociedade Nacional de Agricultura, vai atuar como um dos parceiros da campanha “Brasil Saudável e Sustentável”, coordenada pelo Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS).

Para oficializar sua participação, a SNA esteve presente, no último dia 19 de outubro, na Cinemateca do Museu de Arte Moderna (MAM), no Rio de Janeiro, para um encontro que reuniu parceiros do projeto. Estiveram presentes representantes do governo federal e da Prefeitura do Rio, organizações e setor privado.

Com previsão de lançamento para fevereiro de 2016, a campanha Brasil Saudável e Sustentável terá como objetivo unir forças e estimular parcerias entre o poder público e o setor privado a fim de promover a alimentação saudável e enfrentar o desafio da obesidade e do sobrepeso na população do Rio de Janeiro.

ESTRATÉGIAS

A iniciativa engloba uma série de atividades estratégicas de promoção da alimentação saudável, com foco na cidade sede das Olimpíadas. Entre várias ações, a campanha vai chamar a atenção para os benefícios da produção local e para as vantagens do consumo de produtos orgânicos e agroecológicos.

Por outro lado, irá fazer um alerta sobre os riscos do consumo de produtos ultraprocessados para a saúde das pessoas – tudo expresso em materiais de educação alimentar e nutricional, como cartilhas, folders, vídeos, além de divulgação nas redes sociais.

Outra ação irá envolver a compra de alimentos da agricultura familiar para a merenda escolar das escolas públicas do Rio de Janeiro. Uma delas, por meio do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), já está em curso e vai fornecer alimentos orgânicos, em um primeiro momento, para 12 escolas públicas municipais da capital.

UNIÃO

De acordo com o secretário nacional de Segurança Alimentar e Nutricional do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), Arnoldo de Campos, que participou do encontro de parceiros no MAM, “o momento é de unir esforços em torno do objetivo de tirar o Rio de Janeiro das primeiras colocações das capitais com maior percentual de obesidade”.

A proposta, segundo o secretário, é que as ações ganhem escala e inspirem outras iniciativas pelo País. “O Brasil tem um patrimônio físico de produção diversificada de alimentos saudáveis que nos dá base para promover esta mudança nos hábitos alimentares da população, com tudo dentro de casa”.

Arnoldo lembrou ainda que “o Brasil, pela primeira vez, foi retirado em 2014 do Mapa da Fome da FAO e que isso fez com que surgisse outro desafio: o de promover a alimentação saudável”.

PARCERIAS E RESPONSABILIDADE

Também presente ao encontro no MAM, a coordenadora do Centro de Inteligência em Orgânicos, Sylvia Wachsner, frisou que é importante “dar às pessoas ferramentas suficientes para que elas possam fazer escolhas conscientes pelos alimentos a serem consumidos”.

Segundo ela, tais escolhas vão desde a produção até o consumo. “Estabelecer parcerias entre o público e o privado é a forma certa de se construir um país”, ressaltou.

A coordenadora do CI Orgânicos chamou a atenção para a importância da responsabilidade no processo produtivo, “que envolve do pequeno ao grande produtor”. Afirmou ainda que faltam políticas públicas para combater a obesidade entre a camada menos favorecida da sociedade, e disse que é necessário criar uma cultura de compras locais (ou regionais), como forma de diminuir os caminhos entre produtores e consumidores.

“O tripé formado pela produção de alimentos, meio ambiente e saúde pública possui elementos tangíveis entre si e que acarretam em responsabilidades para as partes envolvidas. Nosso desafio como sociedade é incentivar a mudança de comportamento alimentar, apoiar a agricultura sustentável, melhorar a distribuição dos alimentos e reduzir seu impacto”, afirmou a especialista.

ALIMENTAÇÃO DE QUALIDADE

Representando a Prefeitura do Rio, o subsecretário de Desenvolvimento Econômico e Solidário, Eugênio Soares, reforçou a importância do tema da promoção da alimentação saudável para a capital. “A prefeitura está engajada nas ações da campanha”, ressaltou.

Teresa Corção, do Instituto Maniva (representante do setor privado de bares e restaurantes), disse que os chefs de cozinha e os restaurantes podem fazer grande diferença na luta pela promoção da alimentação saudável.

“Quando se junta um agricultor e um chef de cozinha, com certeza o resultado é muito bom pelo amor e a relação que ambos têm com o alimento de qualidade”, disse Teresa.

Já o representante da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), Joaquin Molina, falou sobre as ações da organização para o controle da publicidade dos alimentos, que se integra à campanha Brasil Saudável e Sustentável.

“Os conceitos de saudável e sustentável estão inteiramente alinhados com o que a Opas acredita como eficazes nesta luta contra a obesidade e o sobrepeso”, afirmou.

Também presente à ocasião, o presidente do Sindicato de Bares, Hotéis e Restaurantes do Rio de Janeiro (Sindrio), Pedro Delamare, afirmou que o papel da entidade neste processo “é conscientizar os donos de restaurantes sobre a importância do alimento saudável”. “Precisamos trazer essa discussão para outros canais, dentre eles, o de fornecedores.”

ALERTA

O objetivo da campanha Brasil Saudável e Sustentável, de combater a obesidade e o sobrepeso, ganha reforço a partir de informações recentes divulgadas pelo Ministério da Saúde (Pesquisa Nacional de Saúde). Os dados apontam que 57% da população brasileira adulta está com excesso de peso e 21,3%, obesa.

Com 54,4% de adultos com excesso de peso e 19,4% com obesidade, o Rio de Janeiro está entre as dez capitais com maior índice, de acordo com outra pesquisa Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel 2014), também do Ministério da Saúde.

 

Por equipe SNA/RJ com informações do MDS

Facebook
Twitter
LinkedIn
WhatsApp