SNA defende oferta de alimentos nacionais certificados nas Olimpíadas

Sylvia Wachsner, coordenadora do CI Orgânicos, afirma que é necessário dar prioridade à aquisição de alimentos orgânicos, sustentáveis, da biodiversidade e da agricultura familiar nos jogos olímpicos, para que se evite o dumping FOTO: Arquivo/SNA
Sylvia Wachsner, coordenadora do CI Orgânicos, afirma que é necessário dar prioridade, nos jogos olímpicos, à aquisição de alimentos orgânicos, sustentáveis, da biodiversidade e da agricultura familiar, para que se possa evitar o dumping   FOTO: Arquivo/SNA

A sustentabilidade é uma das metas traçadas pelos organizadores dos Jogos Olímpicos de 2016, no Rio de Janeiro. Isto significa que o evento terá o compromisso de contribuir com a proteção da fauna e flora locais, além de dar atenção especial a questões como a emissão de gás carbônico na atmosfera.

A oferta de alimentos também integra a pauta olímpica. A Sociedade Nacional de Agricultura (SNA), que faz parte da aliança “Rio Alimentação Sustentável”, desde 2013, apoia o comitê Rio 2016 a fim de viabilizar o fornecimento de produtos saudáveis e sustentáveis nas Olimpíadas.

“Nosso papel dentro da iniciativa tem sido apoiar a compra de alimentos de produtores orgânicos, agricultores familiares e produtores locais, e o reconhecimento da certificação orgânica brasileira”, explica Sylvia Wachsner, coordenadora do Centro de Inteligência em Orgânicos (CI Orgânicos).

 

NACIONAIS X IMPORTADOS

Nesse sentido, a SNA defende a prioridade do Brasil na oferta de alimentos certificados. A preocupação surge em meio à probabilidade de uma predominância de produtos importados em detrimento da produção nacional.

Sylvia aponta para o fato de que o consumo de pescados e frutos do mar, por exemplo, serão certificados como sustentáveis pelas certificadoras internacionais MSC / ASC. “Trabalhou-se por incrementar o número de produtores brasileiros certificados, mas diversas variedades de pescado serão importadas”, alerta.

No âmbito da associação Rio Alimentação Saudável – que reúne organizações da sociedade civil, governo e instituições de pesquisa, coordenadas pela Conservação Internacional (CI-Brasil) e WWF-Brasil – a coordenadora do CI Orgânicos espera que “o esforço das entidades permita que as negociações para a aquisição dos alimentos orgânicos, sustentáveis, da biodiversidade, da agricultura familiar, cheguem a bom termo e as empresas de catering, contratadas pelo Comitê Rio 2016, ofereçam esses alimentos”.

“Caso contrário”, salienta Sylvia, “poderemos até pensar na prática de dumping, o que seria muito triste para o agronegócio brasileiro, diante da força produtiva que nós temos”.

 

DESAFIO

Outra questão levantada pela coordenadora do CI Orgânicos é a relação de custo-benefício, no caso de alimentos diferenciados como os orgânicos, para eventos de grande porte como os Jogos Olímpicos.

O desafio, para Sylvia, será estabelecer uma negociação proveitosa entre as empresas de catering e os pequenos produtores. “Este é um ponto sensível que ainda requer maior atenção. Os alimentos orgânicos são sazonais, produzidos em menor escala, disponíveis em menor volume e os produtores precisam ser pagos de maneira antecipada ou mesmo durante a entrega dos alimentos. As caterings foram contratadas para oferecer grandes quantidades de refeições. Então, será preciso negociar”.

 

PARCERIA

Desafios à parte, iniciativas de instituições do setor público e privado poderão reforçar a garantia de alimentos saudáveis durante as competições. Uma possível parceria dessas instituições com a Prefeitura do Rio, ainda em fase de elaboração, prevê a oferta, em praças públicas, durante os jogos, de alimentos locais e orgânicos provenientes da agricultura familiar e das agroindústrias fluminenses.

 

Por equipe SNA/RJ

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