SNA analisa desempenho das exportações de soja, milho e café em 2015

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Com alta de 19% em 2015, o complexo soja bateu recorde de exportações (US$ 27,9 bilhões) e liderou ranking da balança comercial brasileira do agronegócio. Foto: Divulgação

Duas importantes commodities brasileiras são as principais responsáveis pelo bom desempenho da balança comercial do agronegócio, em 2015: a soja e o milho. As exportações do setor agrícola nacional foram impulsionadas, principalmente, pelo volume de soja em grãos (primeira colocada no ranking), com um crescimento de 19% em comparação ao ano anterior. Ao todo foram 54,32 milhões de toneladas vendidas ao mercado externo.

Já o milho teve alta de 40% nos 12 meses do ano passado, fruto das 28,9 milhões de toneladas comercializadas no exterior. O café, por sua vez, atingiu um resultado menor: aumento de 1%, com 2,09 milhões de toneladas.

Os resultados da soja e do milho são históricos, considerando o início do levantamento da balança comercial do agro, em 1997, conforme dados da Secretaria de Relações Internacionais do Agronegócio do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), divulgados no último dia 11 de janeiro.

Para o vice-presidente da Sociedade Nacional de Agricultura Hélio Sirimarco, o cenário positivo da soja teve como principal razão a demanda da China. “Das 54,32 milhões de toneladas que o Brasil exportou, 40,9 milhões foram para o mercado chinês, ou seja, aproximadamente 75% do volume total exportado.”

Ele ainda destaca a desvalorização do real, que também contribuiu para dar mais competitividade ao produto brasileiro. “É importante também mencionar o desempenho nos portos da região Norte do País (São Luis e Barcarena) que, juntos, embarcaram 7,19 milhões de toneladas de grãos, ou seja, 13% do volume exportado.”

Sirimarco também comemora o recorde de vendas de milho ao mercado externo. “O milho brasileiro ganhou competitividade no mercado internacional com a desvalorização do real. Ao mesmo tempo, a valorização do dólar no mercado internacional contribuiu para derrubar os preços do grão em Chicago (EUA). Isto fez com que os produtores norte-americanos reduzissem as vendas, abrindo espaço para o produto brasileiro”, comenta.

 

CAFÉ

Ao contrário da soja e do milho, o café teve um crescimento modesto em 2015: apenas 1%. Apesar disto, o vice-presidente da SNA lembra que o Brasil é o maior produtor e exportador do grão.

“O problema é que existe uma concorrência maior do café, se comparado com a da soja ou do milho, por exemplo. É bom lembrar que, assim com outras commodities agrícolas, o preço do café também sofreu uma forte queda em 2015.”

Sirimarco ressalta que, além disto, “os principais Estados produtores – Minas e Gerais e Espírito Santo – tiveram suas safras afetadas pela forte estiagem, o que não só reduziu a produção, mas também a qualidade do produto”. Leia mais em sna.agr.br/?p=28100.

 

BALANÇA COMERCIAL

Conforme dados da Secretaria de Relações Internacionais do Agronegócio do Mapa, em 2015 a participação do setor agropecuário na balança comercial brasileira foi a maior desde o início da série histórica, em 1997, respondendo por 46,2% de tudo que foi vendido ao exterior. No ano anterior, este percentual foi de 43%; e em 2013, 41,3%.

De acordo com o Ministério da Agricultura, os resultados positivos foram alcançados apesar da desvalorização do câmbio e da queda dos preços das commodities, fatores que levaram à queda de 6,6% do superávit da balança comercial do agronegócio, que fechou em US$ 75,15 bilhões.

Ainda segundo o Mapa, seguindo a tendência mundial das commodities, os principais produtos agrícolas brasileiros exportados, como soja e carnes, tiveram redução no preço médio. O fato levou à esta redução do superávit da balança, inferior aos US$ 80,13 bilhões registrados em 2014. A baixa, no entanto, foi compensada pelos volumes recordes exportados e pela valorização do câmbio (do dólar frente ao real), o que sustentou a renda em real dos exportadores.

 

“Apesar da crise, o agronegócio segue como um dos mais importantes segmentos da economia brasileira, representando em torno de 25% do PIB (Produto Interno Bruto). Não é de se estranhar que tenha um desempenho tão bom no comércio exterior”, analisa o vice-presidente da SNA Hélio Sirimarco. Foto: Arquivo SNA
“Apesar da crise, o agronegócio segue como um dos mais importantes segmentos da economia brasileira, representando em torno de 25% do PIB (Produto Interno Bruto). Não é de se estranhar que tenha um desempenho tão bom no comércio exterior”, analisa o vice-presidente da SNA Hélio Sirimarco. Foto: Arquivo SNA

“Apesar da crise, o agronegócio segue como um dos mais importantes segmentos da economia brasileira, representando em torno de 25% do PIB (Produto Interno Bruto). Não é de se estranhar que tenha um desempenho tão bom no comércio exterior”, analisa Sirimarco.

Em relação ao valor exportado, o complexo soja ocupou a primeira posição no ranking da balança comercial do País, com US$ 27,9 bilhões. As carnes aparecem em segundo lugar nas vendas externas (US$ 14,7 bilhões), com destaque para a carne de frango, que representou 48% do valor exportado pelo complexo carnes (US$ 7,07 bilhões e 4,23 milhões de toneladas). Leia mais em sna.agr.br/?p=28100.

“No que diz respeito à carne bovina, o aumento da demanda interna de grandes produtores, como os Estados Unidos, abriu espaço para nosso País no mercado internacional. Também foi muito importante a abertura de novos mercados e a reabertura de outros, como a China, que após três anos  de embargo voltou a comprar carne bovina brasileira, em 2015”, pontua Sirimarco.

Líder mundial na exportação de carne de frango, para o vice-presidente da SNA, o Brasil deve seguir exportando grandes volumes. “A exemplo do que ocorreu com o setor de grãos, a valorização do dólar também ajudou a manter o produto brasileiro (carnes) competitivo.

Na opinião de Sirimarco, assim como foi com a China, no ano passado, a provável abertura dos mercados de Taiwan e do Camboja para a carne brasileira (previstas para 2016) também criam boas expectativas. “Já a exportação de suínos também deve se manter com a abertura de novos mercados e pela competitividade do preço do produto nacional.”

 

Por equipe SNA/RJ

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