Sistema de produção integrada é condição básica para Brasil exportar mais

Leguminosas têm papel importante no campo e no combate à fome em todo o mundo, segundo a FAO. Foto: Divulgação

Os setores agrícola e pecuário do Brasil devem se adequar ao sistema de produção integrada, se quiserem exportar cada vez mais. Aliado a isso, também é fundamental acompanhar o momento de apelo dos consumidores, de todo o mundo, por produtos mais saudáveis do campo às prateleiras até chegar à mesa das famílias.

A cada dia, mais pessoas buscam alimentos menos industrializados e com produção de menor impacto para o meio ambiente. Esses foram alguns dos pontos debatidos durante o Global Pulse Confederation (GPC), em Vancouver, no Canadá. O encontro internacional reuniu representantes do setor agropecuário, de governos, pesquisadores, instituições privadas e públicas envolvidas com o agro, entre outros.

Para o presidente do Instituto Brasileiro do Feijão & Pulses (Ibrafe), Marcelo Eduardo Lüders, que participou do GPC entre os dias 10 e 13 de julho, o país ainda está dando os primeiros passos em torno do sistema integrado de produção.

“A produção integrada é condição básica para o Brasil exportar mais. E se é boa para as vendas externas, é nosso dever fazer com que os consumidores brasileiros também possam ter acesso a ela, oferecendo, inclusive, preços mais justos”, ressalta o executivo, em declaração à equipe SNA/RJ.

De acordo com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), o sistema de produção integrada visa à adequação dos processos produtivos para o cultivo de produtos vegetais e de origem vegetal de qualidade, com níveis de resíduos de defensivos agrícolas e contaminantes em conformidade com o que estabelece a legislação sanitária.

O órgão federal ainda destaca que isso é possível “mediante a aplicação de boas práticas agrícolas, favorecendo o uso de recursos naturais e a substituição de insumos poluentes, garantindo a sustentabilidade e a rastreabilidade da produção  agrícola na etapa primária da cadeia produtiva, que é passível de certificação pelo selo oficial ‘Brasil Certificado’”.

 

PULSES

Durante o encontro no Canadá, o Ibrafe tornou-se a instituição representante da Global Pulse Confederation no Brasil e o presidente do Instituto, integrante do comitê executivo do GPC, após ser declarado o “embaixador dos pulses” no país.

Sua missão será incentivar a produção, exportação e o consumo desses tipos de produtos, principalmente porque os pulses (sementes comestíveis de plantas da família das leguminosas, como ervilhas secas, feijão, lentilhas, grão de bico, entre outras) são essenciais para o combate à fome no mundo.

 

Presidente do Ibrafe, Marcelo Eduardo Lüders foi eleito “Embaixador dos Pulses” no Brasil, pela Global Pulses Confederation (CPC). Foto: Divulgação

Segundo a FAO, que elegeu 2016 o Ano Internacional das Leguminosas, elas são fundamentais para a segurança alimentar e nutricional, para a adaptação do campo às mudanças climáticas, além de ser super indicada para a saúde humana e para a conservação/preservação dos solos.

De elevada importância, especialmente na América Latina e Caribe (centro de origem de muitas leguminosas), a organização internacional destaca que grande parte da produção de pulses nessas regiões está nas mãos de agricultores familiares, “que desempenham um papel importante no desenvolvimento rural, além do cultivo ajudar na mitigação das mudanças climáticas ao fixar nitrogênio no solo”.

“Potenciar a produção e o consumo de leguminosas é chave para enfrentar a crescente obesidade na região, que atinge em média a 22% dos adultos da região e a fome afeta a 34 milhões de homens, mulheres e crianças”, destaca publicação da FAO. Leia mais em http://ow.ly/BaMl30dJTvp (link encurtado).

 

 

 

FOME NO MUNDO

Durante a 40ª Conferência da FAO, no último dia oito de julho, a organização internacional informou que o número de pessoas que passam fome no mundo cresceu, desde 2015, cenário que pode ameaçar vários anos de avanços nessa área.

Conforme a instituição, cerca de 60% das pessoas sem alimentos necessários para a subsistência vivem em áreas afetadas por conflitos e mudanças climáticas. Os dados oficiais da FAO devem ser divulgados no mês de setembro.

 

Por equipe SNA/RJ

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