Setor de aves e suínos pede fim de barreiras para exportações aos BRICS

'O Brasil tem que usar a diplomacia que adota junto aos BRICS, sem retalhamento', afirma presidente da ABPA, Francisco Turra
‘O Brasil tem que usar a diplomacia que adota junto aos BRICS, sem retalhamento’, afirma presidente da ABPA, Francisco Turra

 

O presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Francisco Turra, destacou a importância da presença da entidade no VI Encontro da Cúpula dos BRICS, na capital cearense, quando participou de uma série de reuniões com autoridades da China, Índia, Rússia e África do Sul. Segundo Turra, estes países são estratégicos para o Brasil e “vieram aqui com o objetivo de estreitar os laços, reduzir diferenças e barreiras.”

Destacou o trabalho do governo brasileiro, através do Ministério da Agricultura, Abastecimento (MAPA) ao debater e pedir soluções para cada problema específico enfrentado pela suinocultura e avicultura brasileiras diante das barreiras impostas pelos países que integram o BRICS.

“Colocamos questões que temos com cada um dos países e o governo usou isso na pauta das negociações fortalecendo, por exemplo, a proposta da ABPA para incrementar o mercado exportador.

 

PROPOSTAS

Com relação à Índia, o problema está nas tarifas de exportação, que chegam a 100%, no caso de cortes e processados, que inviabilizam as exportações brasileiras. Já no que diz respeito à África do Sul, a questão foi o fechamento de mercado para a carne suína nacional. “Não há razão para fechar o mercado”, afirma Turra, destacando que, com relação à carne de frango, a ABPA tem negociado com os sul-africanos a reversão do aumento das tarifas na carne de frango (de 27% para 82%), que impactou negativamente nos embarques entre janeiro e maio deste ano (de 16% em volume e 51% em receita).

Com os chineses, explicou Turra, a ABPA pediu a abertura de mais plantas frigoríficas para o Brasil e maior incremento nos negócios com os suínos. “Solicitamos a agilização da habilitação de sete plantas frigoríficas de aves e uma de carne suína para o país asiático, que já foram visitadas por missão em 2012, e tratamos da viabilização de novas missões para habilitação de outras unidades”, afirmou.

Diante da proposta da ABPA para que os russos aprimorem os sistemas de exportações existentes, com o objetivo de dar maior autonomia às autoridades brasileiras quanto à indicação de plantas industriais que atendam os requisitos técnicos daquele país, Turra informou que “a presidente Dilma pediu diretamente ao presidente Vladimir Putin que seu país regularize melhor as negociações com o Brasil.”

 

DIPLOMACIA

Na opinião do presidente da ABPA, é assim que o Brasil deve agir nas negociações: “É por esse caminho que temos que seguir, tratar os temas com muita maturidade. Não gosto muito do tipo de tratamento que o Brasil dá a alguns países, quando há necessidade de reciprocidade ela não acontece. A sabor de que? Acho que o Brasil tem que usar essa diplomacia que está adotando junto aos BRICS, sem retalhamento.”

De acordo com Turra, tudo isso foi deixado muito claro nas reuniões empresariais durante o VI Encontro da Cúpula dos BRICS que, em sua opinião, foram bem interessantes. “Além do interesse, por exemplo, pela criação do Banco de Desenvolvimento, que proporcionará uma moeda local como um elo de troca ao invés do dólar que termina sendo custoso, caro, nos discursos feitos pelos empresários, não existia o ‘para nós isso é impensável’, ao contrário, é possível, temos que perseguir e temos que fazer. Vejo um cenário favorável para o futuro. Fiquei bem impressionado”, acrescentou o presidente da ABPA.

Novas ações estão previstas pela associação até o fim de 2014 em feiras internacionais e junto a autoridades estrangeiras. Ações de promoção no mercado interno também estão na programação, como a São Paulo Frango Week e outras iniciativas nas redes sociais. Como entidade nacional do setor de aves, ovos e suínos, a ABPA buscará fortalecer, ainda mais, o consumo e as exportações das proteínas brasileiras.

 

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Por Equipe SNA/SP

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