Setor aprova Neri Geller na pasta da Agricultura

Neri Geller é o novo ministro da Agricultura. Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil
Neri Geller é o novo ministro da Agricultura. Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil

 

A escolha do secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Neri Geller (PMDB), que assumiu dia 17 deste mês como novo ministro da Pasta, recebe elogio de líderes e formadores de opinião do agronegócio.

 

 

Alvarenga vê o ano eleitoral como grande oportunidade para pleitear mudanças no agro em 2015. Foto: Sebastião Marinho
Antonio Alvarenga, presidente da SNA, diz que Geller tem pouca ‘margem de manobra’ porque pegará um ministério fragilizado

 

“O novo ministro é um profissional do mercado, atuante no setor, principalmente em relação à soja, algodão e milho, pois é produtor de grãos em Mato Grosso: disso, ele entende muito bem”, atesta Antonio Alvarenga, presidente da SNA.

“É uma satisfação ter o Neri Geller no comando da Pasta da Agricultura. Além de bom produtor, ele conhece os problemas que nos aflige, sabe como trabalhar e tem competência para ser um bom ministro”, aprova o ex-secretário da Agricultura do Estado de São Paulo, João Sampaio, vice-presidente de Relações Institucionais do Grupo Marfrig.

“Torço para que ele tenha a habilidade necessária para se impor perante a equipe econômica e os diferentes órgãos do governo”, acrescenta ele, lembrando que,  na terça-feira (18), por exemplo, Geller afirmou que pretendia priorizar a defesa sanitária, que, na sua avaliação, tem um corpo técnico excelente, mas depende da Anvisa, do Ministério do Desenvolvimento, do Ministério da Saúde.

Na opinião de Sampaio, o grande desafio do Geller é o fato de que será ministro por apenas nove meses e terá dificuldades para assinar novos convênios. “Como vai trabalhar com menos ferramentas, precisará de muita criatividade.”

 

O presidente do Conselho Superior do Agronegócio (Cosag), da Fiesp, João Sampaio diz que o agro sobre com déficit de comunicação. Foto: Sebastião Marinho
João Sampaio, do Grupo Marfrig, diz que Geller precisará de muita ‘criatividade’ porque terá que ‘trabalhar com menos ferramentas’. Foto: Sebastião Marinho

De qualquer forma, é um bom nome, de acordo com Alvarenga, “mas a margem de manobra, o que ele pode fazer em prol do setor, pelo tempo e espaço que a agricultura tem no governo, é muito pouco”, pondera. “Como o mandato vai até o fim do ano, por causa da eleição, Geller ficará nove meses na gestão, pegando o Ministério da Agricultura bastante fragilizado”, argumenta.

“Espero que ele tenha força política para conseguir coordenar ao menos as atividades  relacionadas que são tocadas por outros Ministérios”, salienta o presidente na SNA, que aponta outros entraves a serem enfrentados por Geller, atrelados à governança do Mapa, que, na sua opinião, pouco responde à própria Pasta.

“Por exemplo, a agricultura familiar está atrelada ao Ministério do Desenvolvimento Agrário; a cana, o açúcar e o álcool estão subordinados ao Ministério das Minas e Energia e ao Ministério da Indústria e Comércio; as exportações, ao Ministério das Relações Exteriores; o Ministério do Meio Ambiente cuida do Cadastro Ambiental Rural, que cuida do Código Florestal. Além disso, a área financeira do agronegócio depende das diretrizes do Ministério da Fazenda, do Ministério do Desenvolvimento Econômico, ou seja, o ministro da Agricultura tem muito pouca margem de manobra”, detalha ele, que resume: “Boa parte do que diz respeito à agricultura, ao agronegócio está fora do Ministério da Agricultura”.

 

Roberto Rodrigues diz que Geller demonstrou competência em sua colaboração para a elaboração do plano de safra do ano passado.
Roberto Rodrigues diz que Geller foi ‘o grande artífice do bom plano da safra lançado pelo Mapa em 2013’

 

Presidente da Academia Nacional de Agricultura, mantida pela SNA, o ex-ministro da Agricultura Roberto Rodrigues acredita na competência de Geller, a quem se refere como “o grande artífice do bom plano da safra lançado pelo Mapa em 2013”.  “Estamos muito satisfeitos com a indicação do secretário Neri Geller para comandar o Mapa. Conhece profundamente o setor (até como produtor rural que é), relaciona-se bem com as entidades e líderes de classe da agropecuária e do agronegócio, está super familiarizado com a máquina pública e tem visão estratégica do setor. Tanto isto é verdade que foi o grande artífice do bom plano da safra lançado pelo Mapa em 2013”, comemora o atual Coordenador do Centro de Agronegócios da Fundação Getúlio Vargas (FGV).

“Estamos convencidos que fará um excelente trabalho em suas novas funções e oferecemos a ele apoio integral, para tudo o que precisar de nós”, acrescenta.

De acordo com Eduardo Daher, diretor executivo da Andef, a agricultura brasileira vê com muito bons olhos a nomeação do Neri Geller para o Ministério da Agricultura. “Geller tem em sua trajetória duas bagagens importantíssimas para ocupar uma pasta como a Agricultura: a primeira, a vivência de quem conhece, na pele, as lidas do campo e suas muitas dificuldades; a segunda, como uma das principais lideranças da Aprosoja, tem grande capacidade de articulação e diálogo com os demais setores do agronegócio, lideranças políticas e autoridades do governo”, justifica.

 

Eduardo Daher
Eduardo Daher diz que setor de defensivos, ‘colocado como um dos tripés’ da gestão de Geller, recebeu a notícia com confiança

 

“No setor de defensivos agrícolas, colocado como um dos tripés de sua gestão, como disse o novo ministro em sua posse, recebemos com ânimo e confiança”, afirma Daher, lembrando que Geller antecipou que a agilidade na avaliação dos registros de defensivos agrícolas será uma das suas prioridades.

“Essa visão é estratégica, pois contribui para aprimorar ainda mais a produção de alimentos e, de forma mais ampla, para promover o desenvolvimento econômico do país, afinal, sabemos que a produção agropecuária vem sustentando o Brasil nos últimos anos. Dar subsídios e condições para que a agricultura nacional tenha competitividade com outros players do mercado mundial é o que se espera do Ministério da Agricultura – temos certeza que o novo ministro será um parceiro nesta empreitada. O restante, os produtores, a indústria e a academia vêm fazendo com maestria nos últimos 40 anos”, pontua ele, que finaliza: “Com a visão da importância que a inovação tem para a produção rural e da necessidade de diálogo com todos os elos envolvidos na atividade, temos a certeza de que a agropecuária brasileira dará um grande salto de desenvolvimento neste ano de 2014”.

 

Por Equipe SNA/SP

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