Safra de maçã deve ser menor, mas fruta deve ter qualidade superior

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a maçã é a terceira fruta mais consumida no País, atrás da banana e da laranja. Foto: divulgação

A safra maçã da 2017/2018, que começou a ser colhida em janeiro e termina em maio, deve ser menor que no ciclo passado, quando o País conseguiu o maior recorde de todos os tempos na produção da fruta: 1,3 milhão de toneladas em uma área de 33,5 mil hectares.

Segundo Moisés Lopes de Albuquerque, diretor executivo da Associação Brasileira de Produtores de Maçã (ABPM), a safra atual deve ser menor cerca de 10%, ao redor de 1,17 mil toneladas. “Isso porque a cultura foi afetada principalmente pela ocorrência de geadas e granizos nas regiões produtoras durante o período de frutificação”, avalia.

Albuquerque afirma que na primeira estimativa de safra, realizada em meados de janeiro, os frutos estão menores, com predominância da gala, que produz frutos de tamanho menor. “Não vamos repetir o volume do ano passado, que superou 1,3 milhão de toneladas, quando, pela primeira vez, o País produziu mais maçãs fuji do que a gala”, observa. “Em contrapartida, estamos colhendo uma safra de boa qualidade.”

Cerca de 95% das maçãs brasileiras são das variedades gala e fuji. Santa Catarina e Rio Grande do Sul e Paraná, os três maiores produtores, pela ordem, respondem por 98% da safra nacional da fruta.

MERCADO

O principal mercado da maçã brasileira é o interno, que absorve 90% da fruta, sendo 80 % para o consumo in natura e 20% para a indústria de sucos, geleias, entre outros. Dependendo do ano, de 5% a 10% da fruta atende às exportações.

‘No fim da década de 1970, de cada dez maçãs consumidas no País, nove eram importadas e, hoje, essa relação é de nove maçãs brasileiras para uma importada’, afirma Moisés Lopes de Albuquerque, diretor executivo da Associação Brasileira de Produtores de Maçã. Foto: divulgação

Uma boa notícia para o setor é que, este ano, o Brasil deve intensificar as exportações de maçãs frescas para a Índia, que deverá ser um dos principais destinos da fruta brasileira em 2018. Portaria do Ministério da Agricultura indiano alterou a legislação local sobre o controle de pragas e  tratamento a frio em pré-embarque nos carregamentos de maçãs provenientes do País.

O Brasil já exportava maçãs para a Índia, mas os procedimentos de exportação eram mais complicados. Por exemplo, o país exigia a aplicação de brometo de metila no destino, substância potencialmente danosa ao meio ambiente e de uso restrito a determinadas situações. Desde a metade do ano passado, o país retirou a exigência de fumigação da fruta.

Nos últimos anos, Bangladesh, na fronteira com a Índia, foi o principal destino das maçãs brasileiras. Com a retirada do entrave fitossanitário, a ABPM aposta no crescimento expressivo das exportações para o mercado indiano. “Acredito que em 2018 a Índia será o maior destino de nossas exportações de maçãs frescas”, prevê Albuquerque.

POPULARIZAÇÃO

No Brasil, os experimentos com a maçã começaram na década de 1960. Em 1969, surgiu o primeiro pomar comercial da fruta, em Friburgo (SC), onde fica a sede da ABPM.  “No fim da década de 1970, de cada dez maçãs consumidas no País, nove eram importadas e, hoje, essa relação é de nove maçãs brasileiras para uma importada”, diz o diretor executivo da ABPM.

“A maçã se popularizou e, atualmente, é acessível a famílias de todas as faixas de renda, o ano todo.” Segundo a Pesquisa de Orçamento Familiar do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a maçã é a terceira fruta mais consumida no País, atrás da banana e da laranja.

De acordo com Albuquerque, a tecnologia de frio (armazenagem sob condições de resfriamento), na pós-colheita, permite manter a oferta da fruta o ano todo. “O País dispõe de estrutura para armazenar 950 mil toneladas, mas uma estrutura de 650 mil toneladas seria suficiente para estocar a safra anual de maçãs”, garante ele.

Por Equipe SNA/SP

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