Safra de laranja deve crescer após queda acentuada

Safras de laranja de São Paulo e Minas Gerais, principal parque citrícola do Brasil, devem fechar o balanço de 2016/17 com 244,2 milhões de caixas de 40,8 quilos cada. Foto: Divulgação

As safras de laranja de São Paulo e Minas Gerais, principais parques citrícolas do Brasil, devem fechar o balanço de 2016/17 com 244,2 milhões de caixas de 40,8 quilos cada, um desempenho bem abaixo das 300,65 milhões de caixas produzidas na temporada anterior.  A estimativa é do Fundo de Defesa da Citricultura (Fundecitrus), que já começou os trabalhos para a previsão da safra 2017/18.

Diretor técnico da Sociedade Nacional de Agricultura (SNA), José Milton Dallari salienta que as estimativas de mercado apontam para um crescimento de 3% na produção de laranja, neste ano, o que deve refletir na alta da produção de suco. Ele ainda ressalta que, em 2016, houve queda no consumo de suco de laranja no mercado externo, por causa da substituição do produto por outros tipos de bebidas, enquanto no mercado interno ocorreu um leve aumento.

“Neste ano, em razão dos estoques baixos de suco de laranja, se houver uma pequena ampliação no consumo, deve melhorar para o produtor, que há vários anos vem passando por dificuldades, em decorrência da queda do preço da fruta, de doenças e de baixa produtividade”, relata o diretor, que também é membro da Academia Nacional de Agricultura da SNA.

 

“Neste ano, em razão dos estoques baixos de suco de laranja, se houver uma pequena ampliação no consumo, deve melhorar para o produtor, que há vários anos vem passando por dificuldades, em decorrência da queda do preço da fruta, de doenças e de baixa produtividade”, comenta José Milton Dallari, diretor técnico da SNA. Foto: Divulgação

Coordenador da área de Pesquisa de Estimativa de Safra do Fundecitrus, Vinícius Trombin informa que o fechamento da safra será divulgado no próximo dia dez de abril: “Nossa equipe já está visitando os pomares, para atualizar o inventário de laranjeiras do parque citrícola brasileiro. A partir de 27 de março, serão realizadas as derriças (colheitas antecipadas) de 2,2 mil plantas”.

 

ESTOQUES DE SUCO

Os estoques físicos de suco de laranja totalizaram 497.383 toneladas do produto concentrado congelado, em 31 de dezembro de 2016, o equivalente a 66°Brix (Frozen Concentrate Orange Juice – FCOJ equivalente). Segundo a Associação Nacional dos Exportadores de Sucos Cítricos (CitrusBR), esse foi o menor volume da série histórica, o que representa uma queda de 31,8%, em relação às 728.865 toneladas de FCOJ equivalente registradas em 31 de dezembro do ano anterior.

Para a estimativa de 30 de junho de 2017, a CitrusBR prevê uma redução dos estoques de passagem, em níveis elevados, na faixa de 80%. Segundo levantamento realizado por auditorias, os estoques de suco de laranja nesta mesma data, que marca a passagem da safra 2016/17 para 2017/18, devem cair para 70.290 toneladas, frente às 351.567 toneladas de FCOJ equivalente, no ano passado.

Considerando uma demanda de 91,2 mil toneladas de suco por mês, se for confirmada a expectativa dos níveis de redução, esse estoque será suficiente para três semanas de consumo, conforme alerta a CitrusBR.

 

Coordenador da área de Pesquisa de Estimativa de Safra do Fundecitrus, Vinícius Trombin informa que o fechamento da safra será divulgado no próximo dia dez de abril. Foto: Divulgação

AÇÕES DO SETOR

Algumas ideias e ações, envolvendo a cadeia produtiva da citricultura brasileira, estão em andamento com foco na sanidade.  Uma delas é a proposta de elaboração de um plano nacional de combate ao HLB (Huanglongbing) ou Greening. Também conhecida como Amarelão, atualmente essa é a mais grave doença que acomete os cultivos de citros.

Outra proposta é executar o que está previsto na nova legislação para o cancro cítrico, já oficializada em São Paulo, para o controle dessa doença, por meio do sistema de mitigação de risco.

Presidente  do Fundecitrus e da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva da Citricultura do Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária de Abastecimento), Lourival Carmo Monaco já apresentou uma proposta de elaboração de um plano nacional de combate ao Greening, durante a primeira reunião do ano da Câmara, realizada no último dia 21 de fevereiro, em Brasília.

Segundo Monaco, a proposta prevê ações para o controle de HLB e do inseto transmissor da doença, o psilídeo Diaphorina citri, por meio de pesquisa; revisão da legislação sobre a doença e eliminação de pomares abandonados; conscientização dos citricultores para a adoção das medidas de controle; sensibilização da sociedade sobre a necessidade de eliminar plantas cítricas e murtas na área urbana; além da difusão de tecnologias.

“A ideia é que seja desenvolvido um plano de controle de HLB conjunto, em todos os Estados, intensificando o combate à doença, tornando-o mais eficaz”, diz o presidente do Fundecitrus.

 

Presidente do Fundecitrus e da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva da Citricultura do Mapa, Lourival Carmo Monaco já apresentou uma proposta de elaboração de um plano nacional de combate ao Greening (HLB ou Amarelão), mais grave doença que costuma atacar cultivo de citros. Foto: Divulgação

CANCRO CÍTRICO

No último dia quatro de março, em São Paulo, entrou em vigor uma nova legislação para o cancro cítrico, que prevê o controle da doença por meio do sistema de mitigação de risco. A medida, válida para todo o território paulista, foi decretada pela Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo (SAA), que tomou como base a Instrução Normativa (IN) nº 37, do Mapa.

Ao contrário das leis anteriores, que obrigavam a erradicação das árvores doentes, a nova legislação permite a presença de plantas com cancro cítrico nos pomares. No entanto, o produtor será penalizado, caso ocorra a comercialização de frutos com sintomas da doença.

O sistema de mitigação de risco também prevê a adoção de medidas de manejo do pomar para a prevenção da chegada da doença ou a manutenção da incidência de cancro cítrico em níveis baixos.

 

Por equipe SNA/SP

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