Reuso da fibra de coco traz economia para produtores de baby leaf, aponta IAC

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Fibra de coco é distribuída no preparo para o cultivo de babies leaves – hortaliças obtidas pela colheita antecipada – em bandejas. O procedimento resulta em economia para produtores rurais, segundo o Instituto Agronômico de Campinas. Foto: Divulgação IAC

Pesquisas do Instituto Agronômico de Campinas (IAC), vinculado à Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, descobriram a possibilidade da reutilização da fibra de coco para a produção de baby leaf – hortaliças obtidas pela colheita antecipada – em bandejas, procedimento que resulta em economia para produtores rurais. Pesquisador da instituição, Luís Felipe Villani Purquerio aponta outros benefícios da fibra de coco.

“Trata-se de um substrato vegetal natural, renovável e muito leve, que também pode ser usado para a produção de mudas em geral, inclusive de hortaliças, que apresenta vantagens como ausência de patógenos, longa durabilidade sem alteração de suas características físicas, além da possibilidade de esterilização”, destaca.

Segundo o pesquisador, na produção de baby leaf, as plantas podem permanecer nos recipientes até o momento da colheita, que varia conforme a espécie cultivada e o comprimento da folha que se deseja para caracterizar o produto. Informa ainda que a fibra de coco possa ser reutilizada por três ou mais vezes e oferece condições químicas e físicas para o bom desenvolvimento da planta.

“A reutilização de substratos contribui para a otimização do sistema, uma vez que dispensa a aquisição de novos produtos”, explica. Atualmente, o fardo de fibra de coco custa cerca de 60 reais.

De acordo com ele, o cultivo de baby leaf pode ser realizado no solo, dentro ou fora de ambiente protegido, e também em bandejas utilizadas para produção de mudas e em hidroponia. No Brasil, a fibra de coco e a casca de pinus são os substratos mais comuns, enquanto na Europa os produtores de baby leaf e mini-hortaliças utilizam a turfa, material abundante naquela região.

 

MERCADO

Com o tamanho reduzido, as baby leaf estão sendo introduzidas no mercado e já têm conquistado espaço entre os chefes de cozinha de grandes restaurantes, buffets e hotéis. Na opinião do pesquisador, o tamanho reduzido também é um incentivo para as crianças começarem a consumir vegetais. “As babies leaves estão em evidência. Esse nicho de mercado vem despertando interesse tanto dos produtores quanto dos consumidores, principalmente os de maior poder aquisitivo”, afirma e lembra que outro apelo é o preço, que é superior ao das hortaliças comuns.

As mini-hortaliças já estão presentes no mercado brasileiro há algumas décadas, casos da minicenoura e do minitomate. Já a baby leaf, mais nova, é encontrada, principalmente, no Estado de São Paulo e nas capitais, geralmente nas grandes redes de supermercados.

Purquerio lembra que as mini-hortaliças são variedades geneticamente miniaturizadas ou com tamanho reduzido por meio de processamento, consumidos como hortaliças de frutos, folhas, vagens, bulbos, entre outras. Já as hortaliças baby, são obtidas por meio de práticas culturais, que envolve a colheita em estágio menos avançado.

 

Pesquisador do IAC, Luís Felipe Villani Purquerio destaca que a fibra de coco possa ser reutilizada por três ou mais vezes, oferecendo condições químicas e físicas para o bom desenvolvimento da planta. Foto: Divulgação IAC
Pesquisador do IAC, Luís Felipe Villani Purquerio destaca que a fibra de coco possa ser reutilizada por três ou mais vezes, oferecendo condições químicas e físicas para o bom desenvolvimento da planta. Foto: Divulgação IAC

NOVOS ESTUDOS

Segundo o pesquisador, as pesquisas com baby leaf continuam e há muito para evoluir nesse processo. “Já foram realizados trabalhos com o sistema de produção em bandeja e hidropônico pelos mestrandos de pós-graduação do IAC, sob a minha orientação”, informa.

Em um deles, continua Purquerio, “estudou-se o volume de células das bandejas, a nutrição e o reaproveitamento de substrato; e em outro, a condutividade elétrica da solução nutritiva e a densidade de plantas”. Ele ainda acrescenta que o IAC também pesquisa a produção de mini­-hortaliças.

 

Por equipe SNA/SP

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