Retrospectiva do Mapa: 2016, ano da ampliação de mercados para o agro brasileiro

“Tivemos a felicidade de fechar o acordo para exportar carne bovina in natura para os Estados Unidos, durante reunião em Washington, no final de julho”, lembra o ministro da Agricultura, Blairo Maggi, ao fazer retrospectiva do agro em 2016. Foto: Antonio Araujo/Arquivo Mapa
“Tivemos a felicidade de fechar o acordo para exportar carne bovina in natura para os Estados Unidos, durante reunião em Washington, no final de julho”, lembra o ministro da Agricultura, Blairo Maggi, ao fazer retrospectiva do agro em 2016. Foto: Antonio Araujo/Arquivo Mapa

O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) termina o ano de 2016 com avanços expressivos para o agronegócio brasileiro. Entre os principais estão a desburocratização, a abertura e ampliação de mercados, o fortalecimento da política de sanidade agropecuária, a modernização do seguro rural, a expansão das ações de sustentabilidade ambiental e a transparência no diálogo com o setor rural.

No comércio exterior, o período possibilitou a conclusão do acordo para abertura do mercado dos Estados Unidos à carne bovina in natura brasileira. O ano foi marcado também pelo lançamento do Agro+, plano voltado à desburocratização das normas e dos procedimentos do Mapa, a fim de tornar mais ágil as exportações e reforçar a eficiência no atendimento à cadeia produtiva agropecuária.

“Tivemos a felicidade de fechar o acordo para exportar carne bovina in natura para os Estados Unidos, durante reunião em Washington, no final de julho”, lembra o ministro Blairo Maggi.  A conclusão da negociação, que já durava 17 anos, foi oficializada em cerimônia no Palácio do Planalto, com a presença do presidente Michel Temer, do ministro das Relações Exteriores, José Serra, e da embaixadora dos Estados Unidos no Brasil, Liliana Ayalde.

Durante a solenidade, realizada no início de agosto, houve troca das “Cartas de Reconhecimento de Equivalência dos Controles de Carne Bovina”, por meio das quais os dois países liberaram o comércio do produto. Com isso, tanto o Brasil pode vender carne in natura para os norte-americanos quanto eles podem exportar o produto para cá. Neste segundo semestre, frigoríficos brasileiros já fizeram embarques para aquele mercado.

 

CONQUISTA DE MERCADOS

Segundo Maggi, a conclusão do acordo com os EUA – maiores produtores e consumidores mundiais de carne bovina in natura – não representa apenas o reconhecimento da qualidade e da segurança sanitária do produto brasileiro. Serve ainda, conforme o ministro, como uma espécie de passaporte para abrir outros mercados, porque os norte-americanos são um dos mais exigentes compradores de carne bovina in natura do mundo.

Em busca de novos mercados e da ampliação daqueles que já são clientes do agronegócio brasileiro, o Mapa promoveu 22 missões de alto nível à Europa, ao Oriente Médio e ao Sudeste Asiático. A maior delas, no segundo semestre, incluiu China, Índia, Coreia do Sul, Myanmar, Malásia, Tailândia, Vietnã e Dubai. Outras importantes negociações foram feitas durante visitas à Itália, Rússia, Inglaterra, Suíça, Armênia, a Israel e ao Japão.

Além do comércio de produtos como carnes bovina, de aves e suína, lácteos, gado vivo, material genético, frutas e matéria-prima para ração, as missões tiveram como objetivo atrair investimentos e estabelecer cooperação científica. Somente com a Índia, o Mapa garantiu US$ 400 milhões para a instalação de uma fábrica de agroquímicos no Brasil e US$ 100 mil para pesquisa com leguminosas (lentilhas e grão de bico), por meio de acordo com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).

 

Ministro Blairo Maggi durante visita ao frigorifico da Aurora Alimentos, em Chapéco (SC), no dia 15 de dezembro. Foto: Carlos Silva/Divulgação Mapa
Ministro Blairo Maggi durante visita ao frigorifico da Aurora Alimentos, em Chapéco (SC), no dia 15 de dezembro. Foto: Carlos Silva/Divulgação Mapa

As missões fazem parte da estratégia do Mapa de elevar de 6,9% para 10% a participação do Brasil no comércio agrícola mundial em cinco anos. Para tanto, o país quer expandir a base exportadora com a diversificação de produtos e de mercados e aumentar os embarques de mercadorias de maior valor agregado.

De janeiro a novembro deste ano, as exportações agrícolas brasileiras somaram US$ 66,7 bilhões. Do total, 71,9% corresponderam a vendas dos complexos soja e sucroalcooleiro e carnes.

 

COMPETITIVIDADE E SANIDADE

A conquista e manutenção de mercados exige que o país esteja preparado para atendê-los não só com excedentes exportáveis, mas também com um sistema que permita ao setor agrícola escoar a produção de forma rápi da, ganhando, assim, mais competitividade no cenário global.

Para reduzir a burocracia, o Mapa lançou, em agosto deste ano, o Agro+, coordenado pelo secretário-executivo Eumar Novacki. O plano visa a solucionar cerca de 280 demandas apresentadas por uma centena de entidades representativas do agronegócio.

Até agora, o Mapa resolveu ou encaminhou cerca de 120 demandas. Entre elas, estão revogação, ajustes ou edição de atos normativos, atualização de sistemas informatizados e capacitação de pessoal. Também foi criada, por meio do Agro+, uma força-tarefa para rever o Regulamento de Inspeção Industrial e Sanitária Animal (Riispoa), regimento originário da década de 1950, cuja publicação atualizada deve ocorrer nos primeiros meses de 2017.

Também foi enviado, à Casa Civil da Presidência da República, um anteprojeto de lei alterando o Decreto-Lei nº 24.114 (Regulamento de Defesa Sanitária Vegetal), datado de 12 de abril de 1934.

 

AGRO+ E DEFESA AGROPECUÁRIA

Estimativas do setor produtivo indicam que o Agro+ deve resultar em economia de R$ 1 bilhão por ano ao agronegócio brasileiro. O governo federal está incentivando os Estados a terem versões do plano. O Rio Grande do Sul criou recentemente o Agro+ RS e outras cinco unidades da Federação já anunciaram o lançamento de planos semelhantes para os primeiros meses de 2017. Mato Grosso, um dos principais polos agrícolas do país, está entre os Estados que terão o Agro+ regional.

Na área de defesa agropecuária, foram destinados R$ 27 milhões para convênios com 17 Estados e com o Distrito Federal. Os primeiros beneficiados foram Mato Grosso, Santa Catarina, Tocantins, Acre, Mato Grosso do Sul e DF, que receberam, juntos, R$ 14,3 milhões.

Outros R$ 13 milhões foram reservados para Goiás, Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte, Minas Gerais, Alagoas, Amazonas, Bahia, Paraná, Rio Grande do Sul, Ceará e Rondônia.

Ainda no setor de defesa agropecuária, o Ministério da Agricultura repassou, pela primeira vez, recursos para o controle das moscas das frutas. Receberam verba Pernambuco, Amapá, Roraima e Bahia. O Mapa destinou R$ 2,68 milhões para o programa sanitário neste ano.

Houve ainda aprovação inédita de 240 pedidos de registro de defensivos agrícolas e de medicamentos veterinários. O recorde anterior foi a aprovação de 204 produtos.

 

APOIO AO PRODUTOR RURAL

Outra ação importante foi o fortalecimento do Programa de Produção Integrada de Sistemas Agropecuários em Cooperativismo e Associativismo Rural (Pisacoop), que dissemina tecnologias de produção sustentáveis e de gestão da propriedade rural e incentiva a adoção de mecanismos de cooperação para organização dos produtores.

O objetivo do Pisacoop é estimular o desenvolvimento socioeconômico por meio do cooperativismo, gerando emprego, renda e melhoria da qualidade de vida dos agricultores.

O Mapa também destinou neste ano R$ 8 milhões para aquisição de kits de irrigação para oito Estados do Nordeste. Essa medida de apoio ao pequeno e médio produtor rural beneficia 12 mil famílias, que podem ampliar o uso de água, por meio da irrigação, na atividade agrícola.

O ministro da Agricultura também enfatizou a importância do apoio ao agricultor por meio do Plano Agrícola e Pecuário. No ciclo 2016/2017, os recursos destinados para custeio, comercialização e investimento somaram R$ 183,1 bilhões. Além disso, o governo destinou R$ 400 milhões ao Programa de Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural (PSR).

O pagamento da subvenção beneficiou cerca de 75 mil produtores rurais e permitiu a cobertura para 5,5 milhões de hectares, cifras 80% superiores às alcançadas em 2015, com destaque para soja, milho 2ª safra, trigo, maçã e uva.

“O apoio à produção é fundamental para o Brasil ser hoje um dos principais polos agrícolas do mundo”, disse o Maggi. “Graças a isso, conseguimos colher em 2016, ano em que os agricultores enfrentaram sérias adversidades climáticas, 186,6 milhões de toneladas de grãos. Se n ão houvesse apoio ao setor, o resultado seria muito ruim”, completou.

A expectativa para 2017 é que a produção brasileira de grãos chegue a 213,1 milhões de toneladas, em uma área plantada de 59,2 milhões de hectares.

 

SUSTENTABILIDADE AMBIENTAL

A produção brasileira de grãos cresce baseada em ganhos de produtividade. Ou seja, sem avanços expressivos da área plantada, o que é um dos indicadores da preocupação com a sustentabilidade ambiental, como o país tem demonstrado em fóruns internacionais como a COP22, a Conferência de Clima, no Marrocos, e a COP13, Conferência da Biodiversidade, no México.

Na COP13, Maggi e o ministro do Meio Ambiente, Sarney Filho, anunciaram a adesão do governo brasileiro ao Desafio de Bonn (“Bonn Challenge”) e à Iniciativa 20×20. Com isso, o Brasil declarou intenção de restaurar, reflorestar e promover a recuperação natural de 12 milhões de hectares de florestas até 2030.

Com as ações desenvolvidas em 2016, o Mapa buscou consolidar ainda mais no cenário internacional a imagem do país como fornecedor de alimentos seguros e de alta qualidade, produzidos de forma sustentável.

 

Fonte: Ministério da Agricultura com edição da equipe SNA/RJ

 

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