Renovação do maquinário obriga produtor a buscar mais qualificação

Exposição de máquinas durante projeto Soja Brasil, no município de Vera (MT). Foto: Divulgação Senar-MT/Sistema Famato
Exposição de máquinas durante projeto Soja Brasil, no município de Vera (MT). Foto: Divulgação Senar-MT/Sistema Famato

Vera, município localizado a 462 quilômetros de Cuiabá, há cerca de dois anos está renovando o maquinário utilizado no cultivo da lavoura de soja que ocupa 55% de área plantada do município. O presidente do Sindicato Rural, Vidimar Siliprandi, reclama da falta de mão de obra qualificada. “Temos pessoas para trabalhar, mas a maioria não sabe operar as máquinas que estão sendo compradas.”

A chegada do projeto Soja Brasil realizado pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Rural de Mato Grosso (Senar-MT), Canal Rural e diversos outros parceiros mobilizou os produtores no último dia 23 de novembro. Mais de cem pessoas participaram das palestras sobre etanol de milho e manejo proferidas pelo conselheiro do Senar-MT, Glauber Silveira e pelo engenheiro de desenvolvimento da Dedini Indústria de Base, Marcílio Gurgel.

No entanto, o que mais atraiu os produtores foram as oficinas da manhã do último dia 24 de novembro sobre agricultura de precisão e Manejo Integrado de Pragas (MIP). O maquinário da John Deere, que também é parceira do Soja Brasil, exposto no pátio da Igreja Católica do município chamou a atenção e atraiu muitos produtores interessados em saber um pouco mais sobre a Agricultura de Precisão.

“Queremos saber das novidades e aprender mais sobre as máquinas que estão chegando no mercado”, ressalta o produtor Silverio Messias Albuquerque.

O consultor de vendas da John Deere, Thiago Cruvinel que trabalha em Sorriso, mas atende toda a região incluindo os municípios de Feliz Natal, Nova Esperança, Vera e Nova Ubiratã, confirma a renovação do maquinário na região. Segundo ele, chega a vende em média 200 equipamentos agrícolas por ano incluindo tratores e plantadeiras. O valor varia entre R$ 150 mil e R$ 600 mil.

O especialista em Soluções de Gerenciamento Agrícola, que também é da equipe da John Deere, Cleofas Luiz Bart, mais conhecido como Dallua, acrescenta que o produtor tem consciência do equipamento que compra, mas nem sempre consegue utilizar tudo o que o maquinário oferece. Tanto para Dallua, quanto para Cruvinel a parceria com o Senar-MT é primordial na qualificação de mão de obra.

“É como disse o presidente: temos os profissionais mas precisamos qualifica-los para que eles possam utilizar tudo o que uma máquina pode oferecer e, assim aumentar a rentabilidade e diminuir os prejuízos.”

O presidente do Sindicato Rural, Vidimar Siliprandi ressalta que o Senar-MT tem sido um excelente parceiro nesse desafio. Segundo ele, os treinamentos mais demandados são os do setor de máquinas e implementos agrícolas.

Silipranti ressalta ainda que o produtor rural é a categoria que mais se prepara. “Estamos sempre em busca de informações para melhorar o nosso trabalho e minimizar os prejuízos.”

O presidente aproveita para destacar que o Senar-MT é referência em todo o Brasil. “A instituição tem programas e projetos fantásticos e nos ajuda muito nesse desafio que é manter nossos colaboradores preparados para operar as máquinas e equipamentos agrícolas e para trabalhar nas cadeias produtivas em desenvolvimento em nossa região.”

Preocupado com o futuro, o presidente do Sindicato Rural conta que está lutando para construir um Núcleo Avançado de Capacitação em Vera. “Isso nos ajudaria muito. Teríamos estrutura adequada para qualificar e capacitar profissionais da cidade para atuarem no campo.”

O presidente diz ainda que há dois assentamentos no município. O Califórnia com 230 famílias e o Alto Celeste com 210 famílias. “Também precisamos pensar e planejar a qualificação e capacitação destes pequenos produtores. O Núcleo Avançado de Capacitação nos ajudaria muito nesse projeto.”

Vera está em pleno crescimento econômico. Além da soja, a cadeia produtiva da suinocultura está em expansão e gera pelo menos 400 empregos diretos no município. Além disso, também tem cerca de mil hectares de área plantada com arroz. Há ainda produção de milho e várias outras culturas em menor escala “Ao todo temos 110 produtores rurais sindicalizados.”

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