Razões do agronegócio – artigo de Antonio Alvarenga para O Globo

       

O agronegócio tem muito a dizer nesta campanha. Dois documentos foram encaminhados aos candidatos à Presidência contendo as reivindicações e sugestões do setor. Um dos trabalhos foi elaborado por diversos técnicos, sob a coordenação do ex-ministro Roberto Rodrigues, presidente da Academia Nacional de Agricultura.

O outro documento foi produzido pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), incorporando contribuições de diversas instituições do setor, sob a coordenação de Moisés Gomes, presidente do Instituto CNA.

A Sociedade Nacional de Agricultura também participou da construção desses documentos que, apesar de apresentarem abordagens diferenciadas, possuem sólida base de princípios convergentes. E não poderia ser de outra forma. Afinal, os problemas e as necessidades do setor são conhecidos. Na maioria das questões, o bom senso sugere soluções simples e eficazes.

De forma geral, há recomendações relativas à desburocratização do crédito rural e à ampliação do seguro rural. E, obviamente, à melhoria de nossa precária infraestrutura.

Ambos os documentos ressaltam a necessidade de proporcionar mais segurança jurídica aos proprietários rurais, e de fortalecer o Ministério da Agricultura como coordenador das ações governamentais para o setor.

No âmbito internacional, onde o Brasil é um dos principais protagonistas na exportação de alimentos, um objetivo importante a ser perseguido é o estabelecimento de acordos comerciais internacionais bilaterais, regionais e multilaterais, que reduzam tanto as barreiras tarifárias como as não tarifárias.

Também em relação ao mercado internacional, recomenda-se a implementação de ações que promovam maior competitividade do setor, visando a ampliar o acesso dos produtos brasileiros, sobretudo aqueles com maior valor agregado, nos principais mercados consumidores.

Os documentos apresentam diversas outras recomendações de natureza geral, como o incentivo à educação, à pesquisa e ao desenvolvimento tecnológico, bem como de caráter específico, como a criação de Fundos de Investimento no Agronegócio, à semelhança dos Fundos de Investimento Imobiliário.

Cada governo que se inicia é uma esperança que se renova. O agronegócio conquistou reconhecimento entre a classe política e a população brasileira em geral, com muito trabalho e esforço. Afinal, o setor produz 200 milhões de toneladas de grãos, é responsável por um terço dos empregos e mais de 20% do PIB. Fornece comida barata e de qualidade para os 200 milhões de habitantes e ainda gera excedentes exportáveis que garantem o ingresso de US$ 100 bilhões de divisas, suportando o enorme déficit comercial dos demais setores da economia.

Estamos fazendo a nossa parte. Agora, precisamos construir e articular uma sólida base política para que as propostas apresentadas nos documentos sejam implementadas no próximo período governamental, e que, assim, o agronegócio possa evoluir com firmeza em sua trajetória de sucesso.

 

Fonte: O Globo

 

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