Quanto aplicar de água e fertilizantes em roseiras?

ESALQ faz estudo do manejo da fertirrigação no cultivo de roseiras em ambiente protegido. Foto: Divulgação
Esalq/USP realiza estudo de manejo da fertirrigação no cultivo de roseiras em ambiente protegido. Foto: Divulgação

A produção de rosas em ambiente protegido sob fertirrigação é uma técnica bastante utilizada pelos produtores e vem se expandindo consideravelmente, principalmente no Estado de São Paulo. “Esta técnica antes era restrita ao Sudeste do Brasil, mas hoje se encontra em todas as regiões do País”, comenta o engenheiro agrônomo Carlos José Gonçalves de Souza Lima, que desenvolveu um estudo sobre o manejo da fertirrigação no cultivo de roseiras em ambiente protegido no programa de Pós-graduação em irrigação e Drenagem, a Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, da Universidade de São Paulo. (USP/Esalq).

Segundo o pesquisador, o manejo adequado da irrigação associado à fertirrigação nitrogenada é um fator relevante nos parâmetros de produtividade e de qualidade das rosas. Orientado pelo professor Sérgio Nascimento Duarte, do Departamento de Engenharia de Biossistemas (LEB), foi avaliada a produtividade e a qualidade das hastes florais na cultura da roseira da variedade Samourai® Meikatana. Na prática, a pesquisa submeteu as roseiras a diferentes fatores de depleção (estresse hídrico temporário) de água no solo e doses de nitrogênio (N) aplicadas via fertirrigação, sob cultivo em ambiente protegido. As roseiras utilizadas na pesquisa foram fornecidas pela empresa Moerheim Roses & Trading BV cuja patente foi liberada para o cultivo.

O sistema de irrigação utilizado foi o de gotejamento, adotando manejo de irrigação com tensiômetros providos de transdutores de pressão. “Ao longo do ciclo da cultura, foram avaliados a produtividade, os parâmetros qualitativos das hastes e botões, a temperatura e o potencial hídrico na folha, o consumo hídrico, a produtividade da água, o teor de nutrientes no tecido vegetal e a renda bruta. “O monitoramento da solução do solo permite inferir sobre a concentração de nutrientes e tomar decisões para evitar excesso ou deficiência ao longo das colheitas”, complementa.

 

RESULTADO

Como resultados, ficou constatado que a dose de N que maximizou a produção comercial de hastes decresce à medida que prolongam as colheitas. “O estresse hídrico temporário (depleção) influenciou negativamente os parâmetros quantitativos e qualitativos das hastes de rosas. A produção e a qualidade das hastes foram mais afetadas pelas doses de nitrogênio do que pelos níveis de depleção de água no solo”, reforça Lima. Ainda segundo o autor, a temperatura foliar e o potencial de água na folha foram afetados pelos níveis de depleção e não são influenciados pelas doses de nitrogênio. O consumo hídrico foi afetado por ambos os fatores estudados.

Carlos José Lima pretende, com esses resultados, auxiliar os produtores no manejo da fertirrigação de roseiras em ambiente protegido. “O estudo demonstra que a implementação dessas técnicas nem sempre é realizada considerando a viabilidade técnica, econômica e sustentável do ponto de vista ambiental, e sim visando apenas lucros. Resumindo, a aplicação excessiva de água e fertilizantes ainda é uma prática comum dos produtores”, conclui o autor do projeto.

 

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Fonte: Revista A Lavoura – Edição nº 704/2014

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