Projeção para as safras de soja e milho volta aos níveis do início do ano

Helio Sirimarco: Normalização do regime de chuvas foi determinante para o resultado  FOTO - Divulgação/SNA
Helio Sirimarco: “Normalização do regime de chuvas foi determinante para o resultado”. Foto: Divulgação SNA

Apesar dos diferentes impactos verificados pelo comportamento irregular do clima, as projeções para as safras de soja e milho no Brasil retornaram aos mesmos níveis do início do ano. É o que revela as últimas estimativas da INTL FCStone.

Em sua revisão de março, a consultoria estimou, para a safra de soja 2014/2015, uma produção de 93,1 milhões de toneladas, retomando as projeções do começo de 2015. Em fevereiro, a estimativa era de 92,8 milhões de toneladas.

Para Helio Sirimarco, diretor da Sociedade Nacional de Agricultura, esse resultado foi obtido devido à normalização do regime de chuvas em fevereiro.

“A região sul foi beneficiada e, com isso, a produção aumentou, compensando eventuais perdas de produtividade do Centro-Oeste”, explica Sirimarco, destacando o incremento de produção de soja no Paraná e no Rio Grande do Sul.

A partir de relatório divulgado pela INTL FCStone, o diretor da SNA afirma que “no Rio Grande do Sul, apesar da colheita estar em sua fase inicial, as perspectivas são boas, e a previsão de produtividade média é de 2,90 toneladas por hectare, com recorde de quase 15 milhões de toneladas”.

IMPACTOS

Segundo informação da consultoria, no Mato Grosso a produtividade se manteve inalterada em relação à estimativa anterior, o que resulta em pouco mais de 27 milhões de toneladas produzidas.

Já em Goiás, estado prejudicado pelas altas temperaturas e pela redução no volume de chuvas, o potencial produtivo da lavoura foi agravado. A média de precipitação acumulada do mês de janeiro deste ano na localidade ficou muito abaixo do valor histórico para o período, de 189 milímetros.

De acordo com o relatório da INTL FCStone, no Mato Grosso do Sul, o clima nesta temporada foi menos chuvoso, especialmente no mês de janeiro, época crucial para alcançar o pleno potencial de produtividade das plantas. O estado deve atingir 2,90 toneladas por hectare de oleaginosa, nível abaixo do verificado no ano passado.

MILHO: SAFRA DE VERÃO

Em relação à safra de milho, também houve aumento de expectativa.

“Segundo a revisão de março feita pela INTL FCStone, haverá um pouco mais de 29 milhões de toneladas na safra de verão. Isto depois de alguns ajustes na área e no rendimento da região sul do país. No mês passado, a expectativa era de 28,7 milhões de toneladas”, relata Sirimarco.

Como os preços do milho estão em níveis mais elevados, a área e a produtividade da segunda safra, na perspectiva da consultoria, também foram ampliadas, puxando a produção estimada para cima, ficando em 45.9 milhões de toneladas.

INCERTEZAS

Apesar do avanço projetado, a INTL FCStone ressalta as consequências da irregularidade climática na produção do cereal. “Com os atrasos no plantio da soja e também na colheita, em decorrência do excesso de chuvas em algumas regiões em fevereiro, parte do milho deve ser cultivado fora do período ideal”, afirma em relatório.

A consultoria afirma ainda que muitos produtores têm a intenção de cortar investimentos, buscando diminuir custos e correr menos riscos em meio às incertezas climáticas.

Por equipe SNA/RJ, com informações da INTL FCStone

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