Produtores rurais elegem cooperativas como principais vias para compra de insumos

Para o produtor rural, as cooperativas agropecuárias são importante canal de distribuição de defensivos agrícolas, corretivos, fertilizantes e sementes, aponta 2ª Sondagem de Mercado da OCB. Foto: Divulgação
Para o produtor rural, as cooperativas agropecuárias são importante canais de distribsuição de defensivos agrícolas, corretivos, fertilizantes e sementes, aponta 2ª Sondagem de Mercado da OCB/Fiesp. Foto: Divulgação

As cooperativas agropecuárias são, para o produtor rural, importantes canais de distribuição de defensivos agrícolas, corretivos, fertilizantes e sementes, que são considerados os principais insumos do setor agropecuário. É  o que aponta a 2ª Sondagem de Mercado, realizada pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) e pela Organização de Cooperativas Brasileiras (OCB), divulgada no final de março.

Segundo o estudo, as cooperativas são responsáveis pela venda de 47% dos defensivos, 48% de fertilizantes e 41% das sementes, seguidas pelas revendas agropecuárias, com 45%, 35% e 39%, respectivamente. Ainda de acordo com o levantamento, os produtores diminuíram a procura por crédito junto às instituições financeiras para custear a safra passada (2015/16).

O financiamento obtido com os bancos para o crédito de pré-custeio caiu de 51% para 42%, enquanto a utilização de recursos próprios aumentou de 35% para 41% e os créditos fornecidos pelas cooperativas passaram de 8% para 10%, em relação aos dados do segundo trimestre do ano passado, referentes à safra 2014/15.

Números divulgados recentemente pelo Banco Central indicam que o crédito rural para custeio de lavoura, na safra 2015/2016, totalizou cerca de R$ 50 bilhões, valor semelhante ao que registrado na temporada passada. Desde 1º de fevereiro de 2016 (até dia 22 de março), o Banco do Brasil havia desembolsado R$ 1,4 bilhão para o financiamento da Aquisição Antecipada de Insumos – Pré-Custeio da safra 2016/17.

O presidente da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), Márcio Lopes de Freitas, acredita que as restrições na liberação do crédito de custeio sejam o principal fator de redução da participação dos bancos nos financiamentos aos produtores rurais. “Ao mesmo tempo, o aumento dos custos de produção da safra, decorrentes da desvalorização do real, levou o produtor a buscar outras fontes para financiar o custeio da safra”, diz ele.

 

PREOCUPAÇÃO COM CRÉDITO

O gerente do Departamento do Agronegócio da Fiesp, Antonio Carlos Costa, afirma que 60% dos produtores entrevistados se mostraram preocupados com o crédito de pré-custeio para 2016/2017. “O atraso da liberação dos recursos do crédito rural, na safra passada, levou muitos produtores a refazerem o planejamento das compras, fato que afetou negativamente os resultados das vendas dos principais insumos agropecuários, que registraram quedas consideráveis em 2015”, analisa Costa.

De acordo com a sondagem da Fiesp/OCB, em geral, os insumos são pagas à vista ou em até 180 dias, exceto as compras de defensivos junto às tradings, cujo pagamento é feito até o final da colheita (mais de 180 dias), e as operações barter (troca de insumos pelo produto agrícola) que também ocorrem no fim da safra.

Dados da OCB indicam que as cooperativas agropecuárias representam mais de 1.543 unidades do setor e 993,5 mil cooperados, que respondem por 48% da produção agrícola do País.

 

FÓRUM

Mesmo tendo motivos para comemorar, atento à conjuntura econômica e política brasileira, o setor reuniu as lideranças das mais importantes cooperativas do agronegócio para discutir os principais entraves e buscar soluções, nos dias 4 e 5 de abril, em São Paulo, no Fórum das Cooperativas Agropecuárias. O evento, organizado pelo Informa Group, com o apoio da OCB, trouxe especialistas para debater temas como crédito, câmbio, volatilidade das commodities, gestão e governança, mercado exterior, entre outros.

Um dos assuntos recorrentes, a crise, também esteve na mesa de discussão do fórum. “Por suas características, as cooperativas também sentem os efeitos da crise, só que de uma forma um pouco menos intensa”, afirma Márcio Lopes de Freitas, presidente da OCB. “Em cenários de crise, a cooperativa precisa que ter criatividade para encontrar novas formas de negócios. Se o mercado interno retraiu, ela vai recorrer à exportação, se a exportação não está tiver dando os resultados esperados, vai buscar parcerias para acessar outros mercados”, cita algumas alternativas.

Na opinião de Freitas, um dos grandes diferenciais do fórum foi trazer mais conhecimentos para lidar com as situações adversas. “Os nossos dirigentes precisam observar o mercado ter contato com cenários diferentes para enxergar o choque da realidade do mercado, visualizar novas possibilidades e alternativas que representem oportunidades de negócios”, comenta.

 

Por equipe SNA/SP

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