Produtor de ovinos deve ficar mais atento à verminose durante período de chuvas

Tanto os ovinos quanto os caprinos são suscetíveis aos vermes em todas as suas fases de produção, porém os animais jovens são mais sensíveis. Foto: Divulgação

As queixas mais frequentes dos produtores de ovinos estão relacionadas à verminose e à resistência dos vermes aos anti-helmínticos. Muitos desanimam devido aos prejuízos causados pela doença e desistem da atividade.

De acordo com a pesquisadora e bióloga Ana Carolina Chagas, da Embrapa Pecuária Sudeste (SP), essa é uma época propícia à proliferação dos parasitas. Isso porque o clima quente, a chuva e a umidade do solo aceleram o desenvolvimento das larvas que contaminam as pastagens e os animais. No entanto, medidas simples ajudam no controle da verminose.

Segundo a especialista, que é mestre em Comportamento e Ecologia de Zooparasitas e doutora em Ciência Animal, é importante que o criador tenha todos os animais identificados e faça o controle dos ovinos vermifugados.

A dose do anti-helmíntico depende do peso e da indicação do fabricante. Dessa forma, ela recomenda que o produtor tenha uma balança na propriedade para evitar super ou subdosagem. Assim, o aparecimento da resistência pode ser adiado e as perdas produtivas reduzidas.

NUTRIÇÃO

Conforme Ana Carolina, a nutrição é essencial, especialmente em relação à proteína bruta. Para tanto, o pecuarista precisa fornecer alimentação adequada à necessidade de cada categoria.

Em animais com dieta precária, a verminose pode se agravar e ocasionar enfraquecimento do sistema imunológico, deixando-os vulneráveis a outros parasitas ou doenças. Assim, uma alimentação rica em proteína bruta é uma ferramenta importante de apoio no controle da verminose.

Ainda de acordo com a pesquisadora, é necessário cautela na hora da vermifugação e apenas os ovinos que realmente precisam devem ser tratados. O monitoramento constante do rebanho é uma ação eficiente.

MÉTODO FAMACHA

O produtor pode usar o método Famacha para selecionar os animais. Somente aqueles que apresentam grau acentuado de anemia são vermifugados. Neste período de chuvas e calor, os ovinos podem ser monitorados a cada 10 dias e, na estação seca, a cada 20 dias ou mais.

O intervalo depende principalmente do estado nutricional e da contaminação da pastagem em cada propriedade.

“Deve ser feito um controle em uma planilha, assim existirá um histórico do grau de anemia de cada animal ao longo do tempo e um registro dos animais vermifugados a cada monitoramento”, explica.

Outra dica é a opção por raças mais tolerantes à verminose e a manutenção das instalações sempre limpas, impedindo que nos animais defequem no cocho e no bebedouro.

SUSCETIBILIDADE

A especialista ressalta que anto os ovinos quanto os caprinos são suscetíveis aos vermes em todas as suas fases de produção, porém os animais jovens são mais sensíveis.

Os bovinos têm mais resistência, sofrendo com esses parasitas nos primeiros meses de vida. Haemonchus contortus é o verme mais patogênico e de maior predominância e impacto na ovinocultura.

O parasita causa anemia nos ovinos. Animais com verminose apresentam apatia, diminuição do apetite, mucosa ocular anêmica e, muitas vezes, edema (papada) submandibular. A verminose pode acarretar atraso no desenvolvimento corporal, menor performance produtiva e reprodutiva e levar à morte.

Ana Carolina aconselha o pecuarista a identificar e eliminar do rebanho os animais que apresentam constantemente altas taxas de infecção por helmintos, pois eles contaminam o pasto com os parasitas eliminados nas fezes. Os mais resistentes devem ser usados como reprodutores ou matrizes, já que repassam tal característica aos filhos.

Fonte: Embrapa Pecuária Sudeste com edição d’A Lavoura

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