Produtividade rural cresce 305% com biotecnologia

“A condução de um sistema intensivo de pastagens deve ser feito como uma "horta, conforme dois fatores de extrema importância, que estão diretamente relacionados a este tipo de cultivo: água no sistema e áreas pequenas”, orienta Carlos Eduardo Carvalho, consultor técnico do Senar Goiás. Foto: Fredox Carvalho
“A condução de um sistema intensivo de pastagens deve ser feito como uma ‘horta’, conforme dois fatores de extrema importância, que estão diretamente relacionados a este tipo de cultivo: água no sistema e áreas pequenas”, orienta Carlos Eduardo Carvalho, consultor técnico do Senar Goiás. Foto: Fredox Carvalho

A biotecnologia foi responsável pelo avanço na produtividade do Brasil, em mais de meio século. Na agricultura, no ano de 1960, eram 22 milhões de hectares e uma produtividade de apenas 783 quilos por hectare.

Cinquenta anos depois, o País passou a plantar 47,5 milhões de hectares, registrando alta de 116%, o que resultou em uma produtividade média de 3.173 kg/ha, o que resultou em um aumento de 305%, em 2010. As informações são de Carlos Eduardo Carvalho, consultor técnico do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) em Goiás.

“Mais especificamente na pecuária, a biotecnologia vegetal nos trouxe variedades mais produtivas, fazendo com que na elevação da fertilidade do solo e manejo adequado, pudéssemos atingir o potencial das gramíneas tropicais, tanto em quantidade quanto em qualidade”, salienta.

Segundo Carvalho, para o País chegar a este resultado de produtividade no campo foi necessário recuperar pastagens degradas ou que eram utilizadas de forma indevida pelo agricultor.

“A condução de um sistema intensivo de pastagens deve ser feito como uma ‘horta’, conforme dois fatores de extrema importância, que estão diretamente relacionados a este tipo de cultivo: água no sistema e áreas pequenas.”

IRRIGAÇÃO DE PASTOS

De acordo com o consultor, a irrigação de pastos, quando realizada de maneira racional e com todas as legalidades ambientais que a envolvem, faz com que o produtor rural consiga dobrar a taxa de lotação do seu sistema de produção, além de diminuir os custos com alimentação no período seco do ano.

“Já a utilização de áreas pequenas é importante devido ao aumento da fertilidade não ocorrer de um ano para o outro, bem como também não ser necessário que seja grande já que o potencial produtivo destas gramíneas permite ao produtor trabalhar com espaços menores, conciliando com as menores distâncias que as vacas terão que andar já que elas mesmas colhem o alimento.”

MANEJO INADEQUADO

Na opinião do consultor, o manejo inadequado é o principal erro no uso de pastos. “Creio que a coleta no ponto errado e a falta de exploração das gramíneas tropicais sejam os dois principais fatores nos erros de utilização de pastagem. Vemos vários pecuaristas fazerem o manejo correto de suas lavouras para produção de milho, que dificilmente passam de 15 toneladas de matéria seca por hectare por ano, mas não vemos o mesmo empenho para as pastagens, que têm potencial de produção, sem irrigação, de 25 toneladas de matéria seca/hectare/ano.”

Para ele, talvez o conceito de “pasto” ainda é carregado, por grande parte de produtores e técnicos, como uma cultura sem necessidade elevada de manejo. “Por isto, creio que, quando as gramíneas forem encaradas como uma ‘horta’, a situação da pecuária nacional mudará da água para o vinho”, comenta.

CONTROLE ZOOTÉCNICO NA PECUÁRIA

Para ter melhor rendimento no campo, o produtor rural precisa ter um melhor controle sobre o índice zootécnico de sua propriedade. Para tanto, ele deve fazer quatro anotações básicas: controle de cio e cobertura, controle de parição, controle leiteiro e estruturação do rebanho.

“Com esta gestão, temos indicadores como ‘Intervalo entre Partos’ (objetivo é atingir 12 meses); temos o período de serviço (meta é fazer a vaca emprenhar com no máximo 83 dias após o parto); temos a duração e a persistência da lactação (intuito é atingir 10 meses de duração da lactação e uma persistência acima de 90%, ou seja, a cada mês a vaca diminui apenas 10% de sua produção, se comparada com o mês anterior); temos a porcentagem de vacas em lactação (objetivo é atingir 83% do total de vacas)”, enumera.

De acordo com Carvalho, estes dados zootécnicos “são balizadores para um bom ou ruim resultado econômico na atividade leiteira”. “Não existe dado econômico bom com resultados zootécnicos ruins”, afirma.

Por equipe SNA/RJ

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