Produção de aves e suínos deve cair 4% em 2016, prevê ABPA

Coletiva da ABPA, que divulgou resultados e projeções para o setor de proteína animal. Foto: Marcelo Oliveira/Divulgação ABPA
Coletiva de imprensa da Associação Brasileira de Proteína Animal, que divulgou resultados e projeções para o setor de aves e suínos. Foto: Marcelo Oliveira/Divulgação ABPA

A produção de proteína animal – aves e suínos – deve cair 4% e alcançar 13 milhões de toneladas, meio milhão a menos em comparação ao esperado no início de 2016. A previsão foi feita pelo presidente executivo da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Francisco Turra, durante coletiva realizada na terça-feira, 12 de julho, em São Paulo. Na ocasião, ele apresentou as projeções da avicultura e suinocultura para o segundo semestre.

De acordo com Turra, o impacto gerado pela crise político-econômica no País e a diminuição das margens da indústria, assim como a redução no consumo destes produtos, foram alguns dos fatores que levaram à atual situação do setor de proteína animal.

“No primeiro semestre deste ano, empresas de pequeno e grande porte tiveram de fechar suas portas, devido aos níveis elevadíssimos de preços dos insumos, que tornaram a atividade impraticável”, lamenta o presidente da ABPA, observando que, apesar deste cenário, tanto o setor de aves quanto de suínos têm direcionado esforços para conter as demissões.

 

APOSTA NAS EXPORTAÇÕES

Mesmo com o panorama desfavorável, o possível incremento das exportações surge como um horizonte positivo. De acordo com o vice-presidente e diretor de Mercados da ABPA, Ricardo Santin, como as agroindústrias não conseguiram repassar o aumento de preços de aves e suínos ao consumidor brasileiro, exportar acabou sendo a melhor saída.

“O desempenho positivo observado nas exportações, no primeiro semestre deste ano, ajudou a amenizar a crise de abastecimento dos insumos”, disse Santin.

Segundo a Associação, de janeiro a junho, foram exportadas 2,266 milhões de toneladas de carne de frango, 13,8% a mais em relação a igual período de 2015. Em relação aos suínos, foram 353,3 mil toneladas, alta de 54,7% em comparação aos seis primeiros meses do ano passado.

Ainda no âmbito das exportações, o vice-presidente da ABPA lembra que o Brasil avançou no primeiro quadrimestre de 2016, enquanto os Estados Unidos, segundo maior exportador mundial de aves, atrás apenas do Brasil, registrou queda no mesmo período. “Os norte-americanos ainda sentem o reflexo do surto de gripe aviária, que atingiu a região no ano passado”, ressalta.

De acordo com Santin, as projeções indicam crescimento de 8% no volume de carne de frango embarcado neste ano, comparado ao ano anterior. Já as exportações de carne suína devem aumentar 28%.

Na opinião do vice-presidente de Suínos e diretor técnico da ABPA, Rui Eduardo Saldanha Vargas, com as exportações em alta, é preciso ter atenção ainda maior no quesito sanidade animal, por se tratar de uma demanda do mercado externo.

“O interesse do mercado externo pela carne suína brasileira tem demandado, em toda a nossa produção, um cuidado muito criterioso em relação à saúde daquilo que é exportado”, reforça Vargas.

 

CONSUMO

Segundo previsão da ABPA, o consumo doméstico de carne suína e de frango deve permanecer estável em 2016. No ano passado, o consumo per capita de carne de frango alcançou 43,25 quilos, 1,1% acima do ano anterior. De suínos, o consumo per capita atingiu 15,08 quilos por habitante ao ano, índice 2,52% superior ao obtido em 2015.

“A única forma de melhorar o consumo é manter o emprego no setor”, alerta o presidente da instituição, Francisco Turra.

 

Por equipe SNA/SP

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