Preços do arroz respiram por aparelhos

A semana, com feriado no Rio Grande do Sul por causa do Dia do Gaúcho, em 20 de setembro, deu uma pausa numa conjuntura de enfraquecimento dos preços que por pouco não baixaram de R$ 37,00. Na quinta-feira passada, 14/9, o indicador de preços Esalq-Senar/RS, bateu em R$ 37,01 por saca de arroz em casca, de 50 quilos, à vista, colocada na indústria.

No mercado livre, ao produtor, os preços ficaram na faixa de R$ 36,00, mas apenas referenciais, com mínima comercialização. Na sexta-feira, porém, o mercado encontrou fôlego e as cotações se elevaram para R$ 37,17 e, abriram na semana “farroupilha” em estáveis R$ 37,53, segundo o indicador. Em dólar, a saca equivale a US$ 11,96, valor que continua sendo atraente para os exportadores dos países vizinhos, integrantes do Mercosul.

O Paraguai, segundo agentes de mercado, ainda teria cerca de 160.000 toneladas exportáveis. E começa a colher em dezembro. Enquanto isso avança a semeadura das lavouras gaúchas. Estima-se que 2% já estão semeadas, em área de aproximadamente 23.000 hectares. Os preparos do solo e operações de pré-plantio de arroz e soja na várzea estão mais acelerados. Nas áreas de pesquisa, os ensaios bioclimáticos já registram áreas semeadas para soja nas diversas regiões. A lavoura da Abertura Oficial da Colheita do Arroz, no Irga, em Cachoeirinha (RS), foi plantada esta semana.

A ausência de vendedores marcou o período. Contatos com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) confirmaram que há recursos previstos para uma eventual necessidade de intervenção governamental no mercado, mas os técnicos não acreditam que as cotações do produto gaúcho disparem o gatilho desta ação, pois precisariam alcançar R$ 34,97 para deflagrarem a ação da Política de Garantia de Preços Mínimos (PGPM). A pedido da cadeia produtiva, os recursos seriam destinados para PEP e Pepro.

Nesta semana quatro notícias de maior interesse foram registradas na cadeia produtiva. Em primeiro lugar o anúncio de que o Uruguai deve plantar 150.000 hectares de arroz, sua menor área semeada no século. Será 8,5% menor do que a superfície plantada na temporada passada, de 164.000 hectares.

A expectativa na Argentina também é de uma redução de 10.000 a 15.000 hectares, enquanto no Paraguai houve o anúncio de que o governo federal deverá apoiar com crédito diferenciado e outros subsídios a retomada do cultivo arrozeiro por pequenos produtores (agricultura familiar). A segunda notícia relevante é a retomada das ações do Projeto Brazilian Rice, da Abiarroz e Apex-Brasil, que divulgou o cronograma de participação em feiras internacionais para promover o arroz brasileiro. Mesmo com a baixa competitividade dos preços atuais.

Na cadeia produtiva, surgiu a informação de que o Brasil já embarcou mais de 80.000 toneladas de arroz para outros países até o dia 15 de setembro, o que, se confirmado, poderá ser fator de equilíbrio na Balança Comercial.

Por fim, embora não se tenha certeza de que é boa ou má para o mercado, a notícia de que a parcela de custeio com vencimento esta semana, da safra 2016/17, deve ser prorrogada para novembro. Há dúvidas sobre a vantagem, uma vez que a medida atende a poucos produtores e prorroga também a oferta até um ponto em que poucos terão arroz e os preços poderiam estar mais firmes. Há controvérsias no entendimento da cadeia produtiva.

Com esse desempenho nos 20 primeiros dias da cadeia produtiva, a expectativa é de um mercado chegando ao final de setembro registrando queda. Com custo de produção médio de R$ 45,00 por saca de 50 quilos, em casca na última safra, o arroz gaúcho é comercializado na região abaixo de R$ 37,00 livre para o produtor, cerca de R$ 14,00 abaixo do praticado há um ano. Quatro razões para a conjuntura do arroz: a boa colheita e a balança comercial negativa em mais de 500.000 toneladas no ano geram a pressão de oferta.

O câmbio não permite exportar grandes volumes, escoar estoques e enxugar as disponibilidades. Ao mesmo tempo, atrai o produto da Argentina, Paraguai e Uruguai por valores baixos. Por fim, o endividamento do setor, que obriga a buscar financiamento privado e o altíssimo custo de produção, determinam esse quadro.

Mercado

A Corretora Mercado, de Porto Alegre, indica preços médios de R$ 37,00 para o arroz gaúcho. Já a saca de 60 quilos de arroz beneficiado, branco, Tipo 1, é negociada na faixa de R$ 79,00 (sem ICMS). O canjicão e a quirera mantiveram estabilidade nos preços, a R$ 50,00 e R$ 43,00, respectivamente, em sacas de 60 kg. O farelo de arroz é negociado na região de Arroio do Meio (RS) por R$ 360,00 (tonelada/FOB) para indústrias de ração animal.

Varejo

Nos supermercados das capitais estaduais pesquisados por Planeta Arroz, notou-se nesta semana uma ligeira retomada dos preços praticados na semana inicial do mês. O número de ofertas, em que pese o mês entrar na reta final, caiu e as mínimas subiram de R$ 0,10 a R$ 0,20 por saco de 5 quilos do branco, Tipo 1.

 

Fonte: Planeta Arroz

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