Plantio do trigo segue atrasado no RS

As intensas chuvas ocorridas recentemente impactaram a cultura do trigo de maneira distinta nas diversas regiões do Estado. O principal problema para a atual safra do grão, ou aquele que poderá ter maior impacto no futuro, se refere ao atraso no plantio. Segundo dados coletados pela Emater/RS-Ascar, em todas as regiões produtoras, há relatos de problemas nesse sentido.

Considerando a média das últimas cinco safras, o percentual deveria alcançar 78% de área plantada, enquanto que a atual não passa dos 65% do total da área, estimada inicialmente em 1,153 milhão de hectares. Este fato fica potencializado, uma vez que, na maioria das principais regiões produtoras (80%), o período preferencial para o plantio já foi encerrado.

Até o momento, o principal dano relatado, em quase todas as regiões mais afetadas, se refere a problemas decorrentes da erosão causada pelo grande volume de precipitação registrado em curto espaço de tempo, resultando em perdas de fertilizantes e sementes, principalmente em lavouras semeadas dias antes da ocorrência das chuvas. Nas áreas próximas a rios e arroios, as ocorrências mais frequentes foram os alagamentos e inundações. Nesse sentido, cabe ressaltar que muitas delas foram implantadas em áreas não recomendas para tal finalidade.

Dada à proximidade das ocorrências e mesmo sua continuidade, a quantificação dos prejuízos causados pelas chuvas se torna difícil. Fato que a Emater/RS-Ascar deverá acompanhar à medida que informações mais precisas sobre a evolução das lavouras sejam processadas. No momento existe uma grande probabilidade de que a área de trigo fique abaixo do estimado inicialmente. A Emater/RS-Ascar deverá realizar até fins de julho um novo levantamento para precisar a área efetivamente plantada com esta cultura.

As condições climáticas também foram adversas à produção de hortaliças, principalmente nos cultivos a campo, sem proteção e a céu aberto. Na região do Planalto Médio, estima-se que os danos causados pelo excesso de chuvas nas hortaliças folhosas fiquem em torno de 50%. Na alface, os danos são de aproximadamente 80%, mais elevados por ser uma cultura sensível às condições climáticas adversas. Já na região do Alto Uruguai, as perdas variam de 20% a 30%, ocasionadas pelas chuvas excessivas e baixa insolação na semana, prejudicando o desenvolvimento das olerícolas.

No período, com a presença constante de chuvas, aliadas à formação de geadas, o desenvolvimento das pastagens nativas, que naturalmente estão no final de ciclo, também foi prejudicado. Em muitos municípios, o excesso de umidade e a pouca luminosidade do período propiciou condições para a proliferação de doenças fúngicas.

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Foto: Deise Froelich

Fonte: Emater-RS

 

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