Piscicultura: produção de 17 milhões de alevinos recompõe rios e lagoas

 Centros Integrados de Recursos Pesqueiros e Aquicultura da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasp) realizaram 53 peixamentos e produziram 17.008.707 alevinos, em 2015. Foto: Divulgação Ascom Codevasp
Centros Integrados de Recursos Pesqueiros e Aquicultura da Codevasp) realizaram 53 peixamentos e produziram 17.008.707 alevinos, em 2015. Foto: Divulgação Ascom Codevasf

Os sete Centros Integrados de Recursos Pesqueiros e Aquicultura da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf) realizaram 53 peixamentos e produziram 17.008.707 alevinos, em 2015, sendo 9.100.850 de espécies nativas e 7.907.857 de espécies exóticas. A produção destina-se à recomposição da ictiofauna de rios, lagoas e grandes reservatórios hídricos da região e, também, às ações de inclusão produtiva. A instituição mantém sete centros na sua região de abrangência, nos seguintes municípios: Três Marias (MG), Gorutuba (MG), Ceraíma (BA), Xique-Xique-BA), Bebedouro (PE), Betume (SE), Itiuba (AL) e Parnaíba (PI).

As espécies mais utilizadas na recomposição da ictiofauna são cascudo (Hypostomus francisci) curimatã pacu, zulega ou xira (Prochilodus argenteus), curimatã pioa (Prochilodus costatus), dourado (Salminus franciscanus), mandi amarelo (Pimelodus maculatus), matrinxã (Brycon orthotaenia), pacamã (Lophiosilurus alexandri), pacu (Myleus micans), piaba do rabo amarelo (Astyanax imaculatus), piaba rapadura (Tetragonopterus chalceus), piau três pintas (Leporinus reinhardti), piau verdadeiro (Leporinus obtusidens), surubim (Pseudoplatystoma corruscans). Já as espécies utilizadas nas ações de inclusão produtiva são tambaqui (Colossoma macropomum); tilápia (Oreochromis niloticus); carpa comum (Cyprinus Carpio); curimatã pacu, Zulega ou Xira  (Prochilodus argenteus); Matrinxã  (Brycon orthotaenia).

Segundo o diretor da Área de Revitalização das Bacias Hidrográficas da Codevasf, Eduardo Jorge de Oliveira Motta, responsável pelas ações desenvolvidas pela área de Desenvolvimento Territorial do órgão, os centros servem de base para a realização de pesquisas e tecnologias de reprodução, larvicultura e alevinagem de espécies de peixes nativas da bacia do Rio São Francisco.

“Entre as ações previstas estão a produção de alevinos para o repovoamento de seus mananciais, fiscalização, educação ambiental, capacitação, monitoramento da qualidade da água e gestão integrada dos recursos pesqueiros da bacia”, enumera.

Dentre estas ações, o gerente Desenvolvimento Territorial da Codevasf, Walber Santana dos Santos, destaca o peixamento, que tem como finalidade o povoamento ou o repovoamento de um corpo d’água utilizando larvas, alevinos ou juvenis de peixes. “Várias etapas compõem o peixamento, desde a coleta e escolha das matrizes, reprodução em cativeiro, produção dos alevinos, até o transporte e a introdução no corpo d’água”, explica.

 

Diretor da Área de Revitalização das Bacias Hidrográficas da Codevasp, Eduardo Motta relata que, desde 2004, são implantadas e mantidas unidades de criação de peixes em tanques-rede e em viveiros escavados, voltados para a capacitação e formação de mão de obra qualificada. Crédito: Ascom CBHSF/ Divulgação
Diretor da Área de Revitalização das Bacias Hidrográficas da Codevasf, Eduardo Motta relata que, desde 2004, são implantadas e mantidas unidades de criação de peixes em tanques-rede e em viveiros escavados, voltados para a capacitação e formação de mão de obra qualificada. Crédito: Ascom CBHSF/ Divulgação

SUSTENTABILIDADE

A produção de alevinos de espécies nativas, para recomposição da ictiofauna de rios, lagoas e grandes reservatórios hídricos na bacia do São Francisco, visa não apenas à revitalização dos ambientes, mas também a sustentabilidade da atividade pesqueira com o aumento da abundância de peixes e a diminuição dos efeitos da pressão do esforço de pesca sobre algumas espécies mais visadas, além de possibilitar a recuperação do estoque de algumas espécies de peixes que se encontram ameaçadas de extinção.

“Os peixamentos também são uma importante forma de divulgar conceitos de educação ambiental com foco na interdependência entre conservação da biodiversidade, qualidade de vida e economia local”, ressalta Motta.

De acordo com Motta, os centros também contribuem no apoio aos arranjos produtivos locais de aquicultura. “Desde 2004, são implantadas e mantidas unidades de criação de peixes em tanques-rede e em viveiros escavados, voltados para a capacitação e a formação de mão de obra qualificada, além de incentivar o crescimento da atividade piscícola.”

“São fornecidos tanques-rede, rações e alevinos provenientes dos Centros Integrados. Também é realizado o apoio a associações de criadores, com fornecimento de alevinos e ração para os primeiros ciclos de criação. Muitas associações já não dependem do apoio de recursos do governo federal, sendo a aquicultura a principal fonte de renda dos associados”, ressalta Santos.

Visando auxiliar às capacitações, a Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba começou a publicar manuais, com uma linguagem simples, porém, tecnicamente qualificada e explicativa. O primeiro deles foi o Manual de Criação de Peixes em Tanques-rede, em seguida veio o Manual de Criação de Peixes em Viveiros.

“Ambos são muito demandados, seja por técnicos, produtores ou estudantes, do Brasil e de outros países e estão disponíveis para descarregamento no sítio da Codevasf”, comenta Motta.

 

Por equipe SNA/SP

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