Pecuarista brasileiro recebe menos pela carne

Uma boa notícia no setor de pecuária é que o Brasil está entre os países com os menores custos na produção de carne bovina. A ruim é que a rentabilidade do produtor brasileiro também está entre as menores do mundo.

Essa a conclusão do agri benchmark, uma rede global de economistas e especialistas em agropecuária mundial que avalia a rentabilidade do setor em diversos países.

Os dados brasileiros foram apresentados pelo Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada) em um encontro na Itália.

Na atividade de engorda, o órgão chegou à conclusão de que o custo total de produção de cem quilos de carcaça variou de US$ 336 a US$ 473 no Brasil, dependendo do sistema de engorda. Os menores custos ficaram para as fazendas que têm maior escala de produção.

Tomando como base os preços recebidos pelos produtores no ano passado, a margem dos pecuaristas brasileiros, descontados todos os custos, varia de perdas de US$ 27 a ganhos de US$ 40 a cada cem quilos vendidos.

Na outra ponta está a China, cujos custos de produção variam de US$ 495 a US$ 856. A novidade, no entanto, é que, na média, os produtores chineses recebem US$ 771 pelos cem quilos de carcaça.

A China registra também os maiores custos de produção entre os 30 países analisados. De 2005 a 2013, a alta foi de 167%. No caso do Brasil e da Argentina, os custos dobraram de preço.

Diante desses números, fica claro que a urbanização e os custos de produção vão tornar a China um grande importador de carne bovina.

A demanda cresce, e o país, além das dificuldades de áreas para a produção, enfrenta custos muito elevados.

 

Fonte: Folha de S.Paulo  (Vaivém)

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