Oito unidades rurais de ensino são fechadas por dia, aponta Censo Escolar

“Devemos trabalhar currículos mais próximos da realidade dos alunos, melhorar a infraestrutura. O motivo principal da violência nestas escolas, por exemplo, era a falta de estrutura. Para melhorar esta realidade o trabalho precisa ser coletivo e envolver poder público, família, Ministério da Educação e a sociedade", diz Maria Luiza Bretas, coordenadora do Programa Agrinho, do Senar Goiás
“Devemos trabalhar currículos mais próximos da realidade dos alunos, melhorar a infraestrutura. O motivo principal da violência nestas escolas, por exemplo, era a falta de estrutura. Para melhorar esta realidade o trabalho precisa ser coletivo e envolver poder público, família, Ministério da Educação e a sociedade”, diz Maria Luiza Bretas, coordenadora do Programa Agrinho, do Senar Goiás

 

A educação para quem vive no campo tem sido alvo de discussões em várias rodas de debate promovidas pelas entidades representativas do agronegócio. A consequência deste déficit tem sido a falta de mão-de-obra qualificada para trabalhar na produção agropecuária no Brasil. E o agro tem motivos de sobra para se preocupar: conforme o Censo Escolar de 2013, nos últimos dez anos foram 32.500 unidades a menos no campo em todo o País, sendo que, deste total, 3.296 foram fechadas somente no ano passado.

Outro dado também acende um alerta: a cada dia, em média, oito escolas rurais são fechadas no Brasil. “Desde a década de 50, muita gente foi para a cidade em busca de novos negócios, de qualidade de vida. Andamos na contramão das escolas do campo. Deveríamos investir na educação nestas áreas. Retiram-se as crianças deste lugar para estudar nas cidades, mas aí temos outros problemas, como o transporte precário”, ressalta Maria Luiza Bretas, coordenadora do Programa Agrinho do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) de Goiás.

Na opinião de Maria Luiza, as escolas rurais permanecem sem estrutura, são pequenas, precárias, têm aprendizado heterogêneo e são pedagogicamente improdutivas. “Crianças têm potencial cognitivo e estudam com materiais diferentes da própria realidade. A ideia de que o meio urbano é melhor, mas o nível de aprendizado é igual, proporciona um sentimento de inferioridade.”

Para melhorar o cenário da educação no campo, Maria Luiza afirma que o papel principal é da escola, de se tornar mais atrativa e preparada. “Devemos trabalhar currículos mais próximos da realidade dos alunos, melhorar a infraestrutura. O motivo principal da violência nestas escolas, por exemplo, era a falta de estrutura. Para melhorar esta realidade o trabalho precisa ser coletivo e envolver poder público, família, Ministério da Educação e a sociedade.”

 

PROGRAMA AGRINHO

Com o intuito de reverter este quadro, o Senar Goiás criou, em 2007, o programa Agrinho. “Mais de 1 milhão de crianças já passaram pelo Agrinho ao longo de sete anos. No total, já foram mais de 5 mil escolas em 240 municípios envolvendo mais de 30 mil professores”, informa a coordenadora.

“Quando se trabalha a pedagogia da criança, o estudo da terra, nós resolvemos, por exemplo, os problemas da sucessão familiar. O Pronatec (Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego, do governo federal), que também é desenvolvido pelo Senar, também ajuda a mostrar ao jovem que a terra é produtiva e que é possível ter, não só uma agropecuária de subsistência, mas uma agropecuária que dê lucros.”

Exemplo para todo o País, o programa Agrinho tem como objetivo complementar a metodologia do ensino formal na educação infanto-juvenil. Todos os anos, professores passam por capacitação na capital Goiânia e repassam o conhecimento aos alunos da rede pública de ensino, com parcerias estaduais e municipais. No final do ano, professores e alunos são premiados com projetos inscritos e avaliados. O melhor trabalho em experiência pedagógica rende um carro 0 km a um professor goiano. Já os alunos são presenteados com computadores, bicicletas. As escolas também são premiadas.

Em 2014, sete escolas rurais goianas participaram e três são finalistas do Agrinho: Escola São Lucas, de Minaçu, município do Norte goiano; Escola Municipal Rural Integral Ponte da Pedra, de Paraúna, no Centro-Oste goiano; e a Escola Custódio Antônio Cabral, de Quirinópolis, cidade do Sudoeste do Estado.

“O Agrinho discute temas diferenciados que possuem relação com o agronegócio. Por exemplo: trabalhamos a questão dos resíduos sólidos, a questão da água, a necessidade de atenção especial para a sustentabilidade para o meio rural e urbano, preservação e replantio. A importância não é só para o agronegócio, mas para todos os cidadãos. Trabalhamos junto com os professores em prol das mudanças socioambientais”, salienta Maria Luiza.

 

CURSOS DA SNA

Para quem deseja adquirir ou aprimorar conhecimentos em diversos segmentos do agronegócio, a Sociedade Nacional de Agricultura (SNA) oferece mais de 50 cursos de extensão, todos ministrados na Escola Wencesláo Bello, no bairro da Penha, no Rio de Janeiro. E ainda mantém parcerias com duas universidades para realização de curso superior em Medicina Veterinária e Zootecnia. Para mais informações, clique em Educação.

Por equipe SNA/RJ

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