OIE reconhece 14 Estados brasileiros e DF como zonas livres de Peste Suína Clássica

A PSC provoca febre alta, manchas avermelhadas pelo corpo, paralisia nas patas traseiras, dificuldades respiratórias e pode levar à morte do animal. Foto: Divulgação
A PSC provoca febre alta, manchas avermelhadas pelo corpo, paralisia nas patas traseiras, dificuldades respiratórias e pode levar à morte do animal. Foto: Divulgação

A comissão científica da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) concedeu status de zonas livres de Peste Suína Clássica (PSC) para 14 Estados brasileiros e o Distrito Federal.  O título foi aprovado durante a 84ª Sessão Geral da Assembleia Mundial de Delegados da entidade, que terminou no último dia 27 de maio, em Paris (França). No ano passado, Santa Catarina e Rio Grande do Sul já haviam recebido a mesma certificação.

Além do DF, os Estados que receberam status de zonas livres da PSC foram Acre, Bahia, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná, Rio de Janeiro, Rondônia, São Paulo, Sergipe, Tocantins e parte do Amazonas (municípios de Boca do Acre, Guajará, Sul de Canutama e Sudoeste de Lábrea).

Vice-presidente técnico da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Rui Eduardo Saldanha Vargas informa que “as regiões que ainda não receberam a mesma certificação são o Norte e o Nordeste brasileiro, que representam, juntos, em torno de 10% da produção nacional”.

Por meio de nota oficial, Guilherme Marques, diretor do Departamento de Saúde Animal do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), que participou do encontro na França, acredita que, com esta posição da OIE, “teremos facilidade em ampliar nosso mercado, de maneira segura”.

 

LONGO CAMINHO

Em entrevista à equipe SNA/RJ, Vargas lembra que “o caminho, até esta conquista, começou em 2005, a partir do trabalho conjunto entre o Ministério da Agricultura, as equipes técnicas das secretarias de Agricultura do Rio Grande do Sul, Paraná e de Santa Catarina e a ABPA (então, Abipecs – Associação Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora de Carne Suína)”. “Focada em oferecer as garantias necessárias, a parceria que construímos se estendeu a outros Estados e se consolidou em igual êxito na obtenção de mais certificações.”

Ele também comemora a notícia: “Após quase uma década de trabalhos, unindo representantes do setor público e da iniciativa privada, o País conseguiu reunir elementos que atestam a total ausência da enfermidade nos Estados reconhecidos”.

 

“o caminho, até esta conquista, começou em 2005, a partir do trabalho conjunto entre o Ministério da Agricultura, as equipes técnicas das secretarias de Agricultura do Rio Grande do Sul, Paraná e de Santa Catarina e a ABPA (então, Abipecs", lemnbra o vice-presidente técnica da ABPA, Rui
“O caminho, até esta conquista, começou em 2005, a partir do trabalho conjunto entre o Ministério da Agricultura, as equipes técnicas das secretarias de Agricultura do Rio Grande do Sul, Paraná e de Santa Catarina e a ABPA (então, Abipecs)”, lembra o vice-presidente técnico da ABPA, Rui Eduardo Saldanha Vargas. Foto: Divulgação ABPA

SOBRE A DOENÇA

Provocada por um vírus RNA envelopado, pertencente à família Flaviviridae, a Peste Suína Clássica causa febre alta, manchas avermelhadas pelo corpo do suíno, paralisia nas patas traseiras e dificuldades respiratórias. Segundo o Departamento de Defesa e Inspeção Agropecuária de Alagoas, a PSC pode ocasionar hemorragia, falta de coordenação motora, orelhas e articulações azuladas, vômitos, diarreias, falta de apetite, esterilidade e abortos, leitões natimortos ou com desenvolvimento retardado. Entre as características da doença, cita o órgão, estão também o agrupamento de animais nos cantos das pocilgas e a morte após quatro e sete dias do início dos sintomas.

A contaminação geralmente ocorre pela via oronasal, com período de incubação que pode variar entre sete e dez dias, sendo menor em casos de infecção experimental. Alguns fatores responsáveis pela propagação deste mal são a alta densidade populacional e a presença de porcos silvestres, porque eles são importantes reservatórios do vírus. A PSC pode se apresentar do tipo aguda, crônica e/ou inaparente.

Qualquer registro da doença – também conhecida como “febre suína” ou “cólera dos porcos” – deve ser, compulsoriamente, notificado à OIE. No Brasil, os últimos casos foram registrados em agosto de 2009, nas regiões do Amapá, Pará e Rio Grande do Norte (nos Estados do Norte e Nordeste, que ainda não são zonas livres da PSC).

 

Por equipe SNA/RJ

 

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